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domingo, 19 de agosto de 2018

Cigana Puerê ( Sete Saias )








Suas dores eu não quero, faz favor de me livrar,
Sua solidão, sua saga, na graça do pai Oxalá,
Sua angústia pelo amor, Puerê livra de mim.
Aparta de meu coração a dor, eu te peço ,
Canto assim:

Lá na mata minha flor, ela canta, ela dança,
Na poeira ela rodou.
Para mim deu a resposta, a sábia cigana do amor.
Quer regalo nessa vida? minha prenda, minha querida.
Tens muito o que aprender.
Pra chegar onde cheguei, sofri muito e apanhei.
Mas a dor me ensinou.
Quando amor eu encontrei, dei valor ao meu fiel,
Ao meu amado rei.
Aqueles que me apunhalaram, pelo fogo eu perdoei,
Foram-se todos na fogueira, para quem quiser saber,
Essa história é conhecida, sou a Cigana Puerê.
Sete saias visto eu, sete linhas para seguir, sete cores,
No Arco-Íris o meu canto vais ouvir.
No brilho da fogueira, quero lhe ver dançar.
Quero te ver sorrir, quando teu amor chegar.
Quando teu amor chegar, no canto do belo pássaro,
No canto da Bela Oyá.
Ouvirás o meu pedido, moedas, flores e perfumes,
Lá na mata vou buscar. Não esqueças minha amiga,
Quando o seu amor chegar.

Aninha Barbosa
de 2014
Livro Poemagias : O Feitiço da Poesia, edt. Livro 7