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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Abraço Molhado



Gosto do corpo molhado
Desse abraço apertado
Do teu cheiro suado
E o cabelo assanhado
Entrelaçados amarrados
Tremendo de desejo
Gosto dos teus cachos
Laçados nos meus dedos
Enquanto eu te encaixo
Te provocando segredos
Coisas que não se revelam
Nem sob tortura do medo
Gosto do teu mel escorrendo
Na ponta da língua minha
Na palma da minha mão
Gosto de ouvir você chorar
Gemer e dizer que sou tua
Acelerar o teu coração
Gosto quando diz o que quer
Meu amor, meu beija-flor
Sou tua, sou tua mulher
Meu belo cigano bandido
Meu desejo escondido
Meu bem, zen e mal me quer

Ana Elizabete Barbosa

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Mais uma no bar



Tic tac, tic tac
O balançado da morena
Entre pernas se ajeita
Escrevo mais um poema
Brindando a perfeição

Tic tac, tic tac
Que horas são agora
Minha cabeça pergunta
Não procuro responder
São 4:10 toma mais uma.


Tic tac, tic tac
O barulho incessante
Lígia esperava
Na sala tragando um cigarro
- Bolaaaa, acerto mais uma

Tic tac, tic tac
-Vinícius mais um drink
Olha que hoje ela tá bela
De vermelho provocando
E eu tomo a saideira admirando o céu

A lua se foi
O sol já deu seus raios
Lígia  dorme cansada
E eu tiro os sapatos para não acorda-la.

Ana Elizabete Barbosa / Para Vinícius

Vinícius em Conta Gotas



Eu bebo a vida
A vida em conta gotas
Seiva de orvalho e flor
Lembrando a garota
A garota de Ipanema
Aquela que levei ao cinema
Nos meus sonhos de amor

Ah se ela soubesse
Se ela quisesse ser
Minha namorada
O meu doce pecado
Minha coisinha amada
A nossa Senhorinha
Menina toda minha

O eu boêmio mulherengo
Que bebe no boteco poesia
Recitando tua beleza
Gota a gota de magia
Magia de esquecer e embalar
Com canções essa ferida
Essa tortura de te amar

Ana Elizabete Barbosa

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Lua cheia teu olhar



Percebo seu olhar no meu,
Brota  meio sem querer,
No canto da boca um sorriso,
Relembro momentos passados
Como é bom estar ao seu lado,
Lembro o passeio na praça,
Teu rosto pela  lua iluminado,
Dá vida ao cenário mais belo,
Da  nossa trama tão feliz,
Beijo como a lua,
Como a loa cantada à beira mar,
Sinto o vento no rosto
O brilho do teu olhar,
Essa lua é testemunha,
Dos beijos que te dei,
Neste mesmo cenário,
Nesta mesma cidade,
Onde sem você não irei,
Brilha essa menina,
Madrinha dessa verdade,
Desse amor que te proponho,
Dos carinhos que te dou,
Dos  teus olhos lindos,
Onde a lua aterrisou,
 Menina tua, tua mulher,
Amiga da noite,
Filha da lua,
Do amor que te dá,
Quando nua te abraça
E feliz se espelha,
Dentro do teu olhar.

Ana Elizabete Barbosa 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Pernambuco tem é meu também




Nordeste da minha vida
Canta alma de alegria

Não canta alma sofrida
Isso é cordel e poesia
Numa terra onde se bebe cana

Se come pão ou rapadura
Buchada de boi, Baião de dois

Com cajuína aqui é cultura
O ano todo tem festa,
Tem São João igual não há,
Fogueira, folguedo, forró,
Pra quem sabe arroxar, 
Salve salve minha terra,
Onde escuto tocar tambor
Seja de noite ou de dia
Na beira da praia ou na praça
Salve o coco e a ciranda de Lia,
Salve Kalunga, no Marco Zero
Salve a nação Malunga de Olinda
Meus blocos e caboclinhos,
Bongar Xambá e suas guias,
Quantas ruas andei, 
Quanta ladeira subi, 
Ao som de Alceu nem sei
Se subo ou se fico ali
Vendo a cidade tremer
Vendo a galera pular
Arreia a Lenha que vem Marrom 
Pelas ruas da Guararapes cantar
Traz ele André Rio, 
Vem Almir e também Naná
Com esse fogo todo eu fico aqui
Nessa festa me esbaldar
Depois sigo pro Arsenal
Brincando no Recife Antigo, 
Meu bloco é sensacional
Só quem já desfilou na Dantas sabe
O que é Maracatu, 
Baque Solto ou Nação,
Viveu emoções a mil,  
Buliu o forte o coração
Pernambuco sentiu
Quem não veio perdeu, 
Quem viu curtiu, 
Carnaval do Recife
O carnaval melhor do meu Brasil
 Com toda essa mistura,
Há quem diga que sou pobre
E pra esses eu mando um recado
Veja se entende bem 
Se a cultura é de Pernambuco
É patrimônio meu também


Ana Elizabete Barbosa 

Naná Maestro Vasconcelos Brasil




Pernambucano é muito rico,

Somos uma nação multicultural, 
Quem no Recife chega,
Aprende a gostar de carnaval,
Aqui maracatu não briga,
É unido por Naná, 
Tambores, alfaias atabaques,
Melhor harmonia não há,  
Pernambuco corre na veia,
Do menino Naná,
Ele que quer sempre ser criança
Quem a idade não pegará,
Surdos, emudecem a praça
Tambores silenciosos clamam
Seu dom de orquestrar
Nunca foi ao céu em vida
Quem ainda não o ouviu tocar
Berimbau chora, caxixe geme
Seu assobio é noite alta,
Sons de floresta a brincar
Chegue mais meu nego,
Venha mostrar essa cultura,
Miscigenada, africanizada,
Memória do sangue quente
De quem sabe onde aprendeu
Naná é bicho menino,
Que ainda brinca de esconder
Vez em quando ainda quer ser
O menino Juvenal,
Ah menino curandeiro,
A tristeza sabe tirar,
Com o som, seu dom de inspirar,
Salve Naná do Nordeste ao Sudeste,
Do Oiapoque ao Chuí
Desde a superfície ao terreno mais profundo
Salve o melhor percussionista do mundo




Ana Elizabete Barbosa



Naná Vasconcelos, O Melhor Percussionista do Mundo.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Nordeste no Coração



Somos  Nordestinos, 
Não tememos a batalha
Na fé ou no fio da navalha
Traçamos o nosso destino
Viola, cordel, poesia, violino, 

Sangue e suor na história 
Brasil vivo na memória 
Do povo da nossa terra
Somos o Sertão Veredas
Somos também o mar
Somos o mangue na areia
Caranguejo sabe nadar 
Somos rede de arrasto 
Farol, navegações, pasto
Somos uma nação abençoada
Onde tudo falta e tudo sobra
Temos chuva, sabemos rezar
Temos seca, aprendemos superar
Somos fortes e guerreiros 
Somos o coração desse país 
Somos o Nordeste Brasileiro.

Ana Elizabete Barbosa

Fé Nordestina


Coloridos pedidos na cerca
Vestidos de uma longa espera 
Marcas esperança e fé no rosto
No meio da ladeira o desgosto
Encruza desatenta alma lamenta

São Francisco escuta a súplica
O sino tocando a tarde salve padim 
De canto a canto dessa terra seca
O povo de joelho sobe desce ladeira
No pé da escadaria também chora
Chora tanto que o céu escuta 
A chuva desliza faceira na folhagem 
Nordestino tanto chorou suplicou
Seu choro acabou com a estiagem
Se alegra coração Nordestino
Tua fé, tua romaria te salvou

Ana Elizabete Barbosa

Eu Mulher






Meninas correm atrás 

Pedem arrego e choram
Mulheres se dão valor
Desinteressam fácil 
Não imploram amor

Eu não sou uma gatinha 
Pra você miar e fazer manha 
Eu sou uma loba feroz 
Meu sangue é quente, valente
Quem luta melhor é quem ganha.

Não confunda pois o que sinto
Com aquilo que eu faço
Sou manhosa e gentil 
Perigosa e também vil
Afago, aninho e depois eu mato. 

Ana Elizabete Barbosa