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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Um Homem ao Meio



 

A vida de um homem ao nada se resume,
A espera pelo tudo que ele não assume,
O eu louco, a emenda descomplexa,
A loucura do ser, a volta do querer,
O querer que sem querer em si ele anexa,
A vida de um homem que não se completa,
Tampouco lhe une as rugas que tem na testa,
Mas antes aos amores que se foram,
As marcas da sua mão,
A vida de um homem na terra, se resume,
Ao resumo inútil do orgulho,
Que permeia a terra infertil do seu coração.

Ana Elizabete Barbosa

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Se as Fadas Fossem Mães


Se a fada fosse mãe,
Seria mamãe da alegria,
Seus filhos seriam felizes,
 Não conheceriam a dor,
Queria a  mãe ser  fada ,
Em um mundo repleto de amor,
As fadas que presentearam 

Com a maternidade as Anas 
Escolhidas e abençoadas,
Envolvem de luz o seu ventre

Abençoam e protegem essas crianças,

Traz com a força do universo
A certeza que nem sempre irá vencer,
Mas que sempre existirá a cada nascer do dia uma

Nova esperança.


Ana Elizabete Barbosa


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Luar







Pequena flor que nesse jardim veio nascer,

Seu perfume, pequena, ninguém vai esquecer,

Luar hoje brilhante no céu,

Junto as estrelinhas que pouco pode admirar,

Tão pequenina Luaninha, nesse céu foi morar,

Brilha menina que teu brilho é esperança,

Alenta os braços da mãe que te devolveu a terra,

Mas que dele ganhou o direito a tua lembrança,

Tua luta estrelinha foi uma prova de amor,

Descansa pequena Lua, nos braços do criador.



Ana Elizabete Barbosa

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Em algum lugar do mundo

 

Eu simplesmente assim, 
silenciosamente em movimento
ao redor de mim, se sorrindo...procuro,
se choro é porque encontro,
se é de alegria...eu não digo,
se é meu caminho eu sigo,
se é você quem sabe é o destino
ele é quem pode dizer.

Ana Elizabete Barbosa, 

2012, Poemas In completos

sábado, 15 de setembro de 2012

Sinal Vermelho




Andando nas ruas  desta cidade,
Procurando caminho, a direção,
Entro naquela rua da União,
Recife, casa dos poetas,
Contramão.

Olhe, há direita,
Olhando a esquerda,
Não há direção,
Sentido Proibido,
A esquerda não viro,
Torcicolo será sempre reprimido.

Ande a direita conserve a cabeça,
Não se pode virar,
Sempre a direita deve-se andar,
A esquerda virá, virar, vira,
Vira a ponte, cai a tarde, cai na sela,
Passa a fumaça apressada pelo torto caminho que devo trilhar.

Se sigo o sentido,
Sigo a cor do sol da tarde do Recife,
Na mesma pista que sigo, essa cor deita no chão o meu contorno.

Sinal vermelho,
Sentido proibido,
Paro no Centro, na Nova,
Olho pro tempo,
Cauculo o Capibaribe, pelas águas eu sigo,
Sem deixar marcas, pegadas,
No meio do caminho perfeito
Encontro o sentido,
Morto na Contramão.

Sigo o rastro de sangue, pelas ruas do Recife,
Refletidas pelo pequeno espelho,
Pela mesma avenida,
Parada no sinal vermelho.

Ana Elizabete Barbosa       -VERMELHO-


Às vítimas da ditadura, estudantes e militantes que estiveram na luta por um país mais justo.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O giro da flor

Quente chama no corpo da mulher,
Música, incenso, presentes pra lhe agradar,
Desce a baiana, menina cigana, gira flor a dançar
Roda a saia mulher faceira ao som da música cigana
No pé da fogueira gira a flor da noite,
 Que chega cantando, dando risadas,
No meio da roda é a mais bela,
Cigana estradeira menina mistério,
É quem gira bonito,
Com suas cores marcando belo o passo
Vermelho, preto, amarelo, branco de guias,
Perfume de flor,
flor do mato, do teu cheiro, cheiro de amor,
Seu coração é cigano, é terra sem dono,
Sorriso cruel, dama de mel, quem te provará o fel,
Canta gira flor, canta pra encantar aqueles que sofrem de amor.
E que juram te amar.


Aninha Barbosa  10/09/2012   Para Eliane Aragão

domingo, 17 de junho de 2012

Contradições

E os homens não compreendem o que eu quero,
o mundo não sabe quem eu sou,
E as pessoas se desesperam,
E não entendem como a natureza pode parir um mundo tão grande,
E dele cuidar com tanta dedicação,
Deus é tão perfeito que criou tudo assim,
Povos, tribos, nações,
diferentemente apaixonados por ele e pelas suas criações,
E eu que encontrei nesse meio,
Num pedacinho da imensidão,
Lá estava sorrindo,
Tu, que me completa,
Tu, que me preenche,
Que me transborda,
Que me faz perder a linha,
Das coisas que nem sei,
Nas contradições que vivo,
Guerreando comigo,
Nos sonhos que embalo,
Desde que te conheci,
Ana Elizabete Barbosa.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A vida do barro





No teu domínio o barro,
Aos nossos olhos, vida.
Imóvel, mas não inerte,
Enrolados traços que mancham as paredes,
No templo da vida,
Na academia,
Nos campos, capelas,
cada escultura,
Na sensibilidade do artista o lápis,
A aquarela no papel, na tela, na madeira,
No barro, na pedra, na terra, no céu,
Tuas musas meninas,
Mulheres despidas,
Pintadas, esculpidas,
Suzana, Alice, Chapéu,
A sombra do homem que pinta,
Do homem que dá a vida,
Ao hoje no ontem pelo amanhã,
A vida barro, vida de pedra,
Nas mãos de Francisco Brennand.
Ana Elizabete Barbosa

domingo, 10 de junho de 2012

Do meu pouco português



DESCULPE ME O PRESENTE,
APOSTO QUE QUEREM QUE EU REPRESENTE,
NÃO TENHO POIS TOLERÂNCIA, DE ESTE MAL LHE FAZER,
NÃO TENHO ANTES, PORÉM O DIREITO,
DE AGRADAR PARA ME DEFENDER.

BEIJAR AS BOCAS ALHEIAS,
DEITAR ME TODA NUA,
ENTREGAR-ME AOS DESEJOS E AO PRAZER,
SERIA UM PREDICADO BEM ESTUDADO,
DE UMA DISSERTAÇÃO  MAL DIRIGIDA,

ESTARIA ERRADA COM A SINTÁXE, TAMBÉM COM A ANÁLISE,
DESENCONTRADA DO FUTURO, PERDIDA NO INTRANSITIVO,
DISSOCIADA DA RAZÃO, DOS POUCOS ADVÉRBIOS QUE ATURO,
EIS QUE O SUJEITO DESSA ORAÇÃO
É  O VOCATIVO QUE AINDA ME TEM DADO,
O DIREITO DE CONJUGAR O VERBO AMAR,
AINDA QUE SEJA NO PASSADO.

ANA ELIZABETE BARBOSA

sábado, 9 de junho de 2012

Desilusão

Eu só quero um porre de tristeza,
quero me embriagar nas besteiras que penso e digo,
quero preocupar-me com a falta que me faço,
para lembrar que o dia amanhece e eu estarei aqui,
para encarar o que vier depois,
seja qual for a cor do seu arco iris eu não quero chegar ao final dele me procurando,
se eu me perder no seu caminho,
não me procure,
eu não estarei aqui.

Ana Elizabete Barbosa

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Tela de saudade



Para desenhar-te amado meu,
Peço a cor do adeus,
Tenho medo de ver te sombra,
Depois de aquarela pronta.

Para desenhar-te meu querido,
Peço o pincel do grito,
Para quando o brilho do meu olhar ecoar,
Não me escute o sono do amigo.
`
Para desenhar-te desejo de minh´alma
Peço a tela da calma,
Pois quando para sempre te fores,
Restaria cor, cor de amores.

Para desenhar-te amigo,
Que antes fora amado,
Querido meu, tão desejado,
Hoje és apenas sentido.

Para desenhar-te meu amado,
Pego a tinta da saudade,
A tela do infinito,
O pincel do grito.

Ana Elizabete Barbosa

Cravo e Canela

 

  Menina bonita da pele canela,
   Incomparável sorriso é esse o dela,
   Cabelos malcriados ao redor das maças,
   Há nessa menina algo que ela não vê,
   Encantadora, doce, isso sabe ser,
   Linda flor morena que encanta dia e noite,
   Ela quer encontrar,
   No espelho, menina,
   É no espelho que essa linda flor morena está.

   Ana Elizabete Barbosa,
   Luz pra você

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Perdão





Esperava cansada no portão,
Enquanto falavas das coisas que não fiz.
O jogo de palavras me magoava
Provocava, sangrava em mim
Eu pedi, implorei, supliquei o teu amor

Quando falaste que me perdoava,
Chorei por aceitar seu perdão,
Perdão pelo que não fiz,
Chorei porque feri o meu orgulho

Ora mais que orgulho ?
Não tenho mais

Chorando agradeci o teu gesto,
Pois me consolaria mais a tua rudez
Que a perda do sentimento de amor,
 que você não me dava.

Ana Elizabete Barbosa

Ciranda em Olinda



Lá está a ciranda,
Meu amor venha ver,
Você vem pra ver ciranda,
E eu venho pra te ver,

Você vem com a morena,
Sozinha pra dança eu vou,
Na roda o teu olhar me acena,
Quando o meu olhar encontrou.

Balança ciranda em Olinda,
Na morena causa ciúme,
Gira a música mais linda,
Confunde com o cheiro do mar o teu perfume.

Cirandá, cirandê,
Encontrei você,
Finda-se a ciranda, ela te abraça e sai,
Cirandá, cirandê,
No meio da roda vejo quando olhas para tráz.

Cirandê, cirandá,
Assim como a onda, espero você voltar,
vamos dar meia volta, volta e meia pra ficar,
Deixa a morena ir embora,
Ciranda comigo agora,
Sei que também queres dançar.

Ana Elizabete Barbosa

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Foi no Carnaval que passou


DEIXA QUE EU TE CONTE: UM CONTO DE CARNAVAL



A FESTA

Tão bela estava a festa,

Balões, confetes, lança perfume no ar,

Máscaras, música, poesia, também serpentina,

E no meio do salão, o pierrô e a colombina.

O inconstante olhar da messalina,

Achou vagando no meio da multidão

O pequeno arlequim com sua arlequina,

Incomodou lhe o sorriso da inocente menina,

Que percebeu ainda dançando,

Ao acender das luzes, quando a festa já era finda,

Que o pierrô sozinho chorava,

Pois cumpria sua sina,

Abandonado mais uma vez pela sua colombina.

Abraçada ao seu par, deixava contente o salão,

Tão sorridente e assim,

Não espera jamais saber, o que pretendia seu arlequim.

Matreiro, de olhar fagueiro, apaixonado,

Beijou no rosto a sua menina, saiu dançando, andando ligeiro,

Olhando de lado, procurando a tal colombina.

E nesse mesmo carnaval,

Foi que ascendeu o fogo do palhaço pela nobre bailarina.

Mesmo sendo bobo, sendo boneco,

Fez com gosto por três dias seus caprichos,

Coloriu seus encantos, e deixou preto no branco,

Jamais esperou derramar o pranto,

Por ela a quem amou,

Mal sabe o sandeu, que ignóbeis ilusões cultiva,

A messalina segue cantando,

Entre saltos e ponteiras, deixa um em cada esquina,

Louco pelo seu veneno, pelo seu doce olhar de bailarina.

O pierrô nada pode fazer,

Para sustentar o seu amor,

Para ela a festa termina na conquista,

É mulher de pouco valor,

Não sabe o que amar a triste mariposa,

Que prometeu do arlequim se tornar esposa.

Pobre homem, ingênuo palhaço,

Da vida não entende a não ser do seu embaraço.

Trocou o perfume pelo aroma,

Apostou e perdeu,

Quem vive de festa, o amor sempre testa,

Mas não escolhe o seu.

O pobre néscio, que agora era bicho,

Teve seu amor posto no lixo,

Por aquela, que ele se apaixonou.

Cessaram os clarins, a noite já não tinha tambor,

Recolheram as máscaras, todas, menos a negra,

Que o pierrô usou,

Agora aquela antes molhada pelo noivo,

Agora era usada também pelo bobo,

Que a colombina enganou.



FOI NO CARNAVAL QUE PASSOU

Passou-se o carnaval, porém ela ainda brilha,

Linda estonteante, tão mulher, tão menina,

A tão doce e igualmente malvada colombina.

A música já não toca,

A festa chegou ao fim,

Mais um ano se passou, e assim como os dias já eram três,

A cada ano se renova na lembrança a dor,

A triste marcha do arlequim.

Escondido pela negra máscara do tempo

Propondo ilusões, caminhando sobre confetes,

As lagrimas lhe rolam, a cada festa que termina.

Do outro lado chora, seus apelos

Enquanto a vida passa,

Entre nuvens e novelos,

Aquela que não foi amada,

Que não foi mulher,

A quem a vida puniu por não ser tão fina,

Por não ver maldade em qualquer,

A pequena arlequina.

Ela que achou que poderia.

Viver com tal ninharia,

Com migalhas de amor,

Não viu nem mesmo graça,

Na negra máscara, do grande pierrô.

Sorri colombina, pra tristeza do arlequim,

Chora, chora arlequina por que a vida é assim,

Vaga pierrô, sozinho com seu pranto,

Esperando a volta da sua amada, ainda que seja por encanto.

Amarga injusta, ilusão cruel,

Quem dera a arlequina hoje, esquecer o seu papel,

Poder viver de magia, alegrar de confetes seu nebuloso dia.

Vive triste a pequenina, por não ter o que fazer,

Não sabe a menina, para que está a viver.

Se o amor que lhe fascina,

Seu pequeno arlequim

Ainda morre de amor pela colombina,

Nem sabe que ela está ali.



E EM OUTROS CARNAVAIS

Soam os clarins, tocam os tambores silenciosos,

A festa mais uma vez reinicia,

Mais um carnaval que chegou,

Brincam os quatro no mesmo baile,

Nessa irreal desventura,

A messalina na incessante procura,

Por bobos e de suas aventuras.

O pierrô, mascarado, solitário, ilhado,

Levado pelo som dança bêbado fora do tom,

Esquecido no salão;

O arlequim palhaço, bobo de agora,

Uma lágrima negra, hoje no seu rosto rola,

Ainda lembra-se do seu amor de outrora,

Pela bela bailarina ele ainda chora.



A pequena arlequina saiu do jardim

Triste embora contente vive a cantar um frevo que fala assim:

Para quem interessar saber a história irreal, desse amor sem ideal

Um pierrô, apaixonado,

Com sua amada esta dançando,

Perdeu se pelo olhar, perdeu lhe por encanto.

O arlequim se achando esperto,

Aquela moça atraiu,

Com piruetas, passos loucos,

Como ninguém nunca viu.

A colombina sem princípios,

Um por outro ela trocou,

Deixou infeliz a arlequina,

Que tão triste a tal menina,

Pelo seu amor chorou.

O coração da messalina,

Nunca, se apaixonou,

Deixou também o arlequim, que seu amor tocou,

A arlequina não se importa,

De tão triste assim viver,

Vê o seu passado triste, mas o seu futuro existe,

E o arlequim não pode ver.

O bobo fica lá se lamentando,

A bailarina só dançando,

O pierrô vive assistindo

A pequena arlequina que agora está cantando.

A máscara embora negra,

Hoje esta enfeitando, a face do arlequim que vive chorando.

O carnaval agora vai,

Mais um ano se passou,

E o povo ainda chora, quando escuta nessa hora,

Aquela linda historia,

A história desse amor.


Ana Elizabete Barbosa

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Eu ainda estou aqui



Dignidade, para enfrentar o que me consome,
Força pra assumir minha própria dor,
Cansaço,

Não de lutar,
Mas de ver a lágrimas no seu olhar,

Pare de chorar,Eu não estou morrendo,
Estou tendo a chance de renascer.


Deus apiedou-se da minha alma,
Do meu corpo que sofria,
Dos medos que eu sentia,
Estou leve...
Não sinto frio aqui,
Aceite a vontade do criador,
Pois foi ele quem me chamou.

Sente minha falta?
Chame...
Quer me ver?
Abra os olhos do coração,
Cerre as pálpebras,
Extenda sua mão,
Toque-me...
Eu ainda estou aqui.

Ana Elizabete Barbosa




Fascinação




Fecho os olhos
vejo em sua  imagem refletida
meu insano desejo,
Seu corpo esguio, pálido,
macio, cálido,
Me convida a passear sem pudor,
Seu sorriso finos lábios,
derrete-te me de calor,
gotas de orvalho, cheiro de carvalho
Selvagem fresco mel,
que serenamente me beija.
Teus olhos abismo profundo
fitam me desesperados de amor
Suas mãos, grossas pesam em mim
Arrepiando-me a pele cheia de malícia
Seu calor me queima, o intimo,
Teu sabor de paixão proibida,
Minha sombra virgem,
Meu corpo no teu,
Teu eu na minha vida.

Ana Elizabete Barbosa

Aria de Mariana

MARIANA

MARIANA  TEM UM MAR,
DE PALAVRAS, DE ALEGRIA,
QUANDO MARIANA SE ESPALHA,
LOGO VIRA  FANTASIA.

ARIA DE SUA MARIA,
MAR DE SUA ANA,
RIAN  TAMBÉM  RIANA,
TUDO, TUDO, DENTRO DE TI MARIANA.

MAR  DE MARIANA,
DE SORRISOS DE  SUA  ANA,
DA  BELEZA  DO SER QUE  SE  RIA,
DO  SEU  JEITO  DE FAZER  POESIA.

Ana Elizabete Barbosa, 2011
para  sua  filha Angela  Mariana Barbosa.


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Pintura Íntima



PINTURA

Pedi uma tela ao mar,
A Olinda pedi inspiração,
Para meu amor pintar,
segundo o vê meu coração.

E começo pelos tetos claros,
Cor do sol que nem reparo,
Que deixei escorrer tinta,

Aproveito o contorno,
Para encher de pelos o teu corpo,
Espalhando a tela assim assinta.

De uma cor bege, rósea clara,
Pinto a tua ostrina pele que me tara,
E tanto me estremece pintar,
Que em relevos vou criando,
Detalhes que encantam o olhar.

Na tua boca perco a tinta,
De tão vermelha ninguém a pinta,
Lábios quentes, úvida língua,
Se me falta o teu beijo morro a míngua.

Vinho tinto pra te pintar por dentro,
Embebendo assim meu pensamento,
Dando vida a minha aquarela.

Sendo tão perfeito, escaneado e pintado,
Sinto orgulho de ser tua amarela,

Sei que só me pintei agora,
De uma só cor por falta de tinta,
Por ser amarelo apenas uma cor,
Pinta amarelo cor de flores,
Também pinta amarelo cor de amores,

E mesmo sendo pintado em tela de água,
Essas cores ninguém enxagua,
E esse quadro, não vendo, nem alugo,
pelo dinheiro que for,
É o retrato íntimo do meu amor

Ana Elizabete Barbosa

Perdidamente


Perdidamente

Esperava nas estradas escuras, achar você.
Esperava nos momentos confusos, achar você;
Achar você que me encanta,
Achar você que nunca vi,
Esperava naqueles dias frios,
Cansada de mim,
Cansada dessa espera sem fim.
Vagando pelas noites, gritava... Surda.
Como quem nunca viu o dia andava... Desesperada.
Esquecida na esfera da solidão... Perdida.
Gritando, andando, esperando;
Surdamente, desesperadamente, perdidamente.

Ana Elizabete Barbosa

Metades

metade de mim te ama e a outra metade também
metade de mim sabe o que é distancia e a outra também
metade de mim sente saudade e a outra metade também
metade de mim entende o que se passa...
mas a outra metade, não entende bem,
É que metade de mim que ficar colada em você
e a outra metade também

Ana Elizabete Barbosa


Desenho de Ana Elizabete Barbosa,
inspirado em Eliane Aragão, minha amiga linda e  exótica.

domingo, 20 de maio de 2012

Chel simples assim


Lá da terra do cerrado,
Vem ele anjo arretado,
Que a todos encanta com esse olhar perdido,
Esvoaçados cabelos ao vento,
Amarelos, favos de mel,
Brincante boca vermelha,
Lindo Flamboyant ao entardecer,
Matreiro, menino faceiro,
Poeta, cantor, até mesmo produtor,
De seus próprios desejos,
De seus próprios sonhos,
De sua vida é o ator,
Quem é ele?
Ele que um dia só,
Um minuto só, eu dei um bejim,
Dessa feita fui tragada, sucumbida,
Amarrada na sua magia,
Nada mais eu podia,
Presa aos encantos chelzim,
Nesse olhar de meninim,
Ele é Michel Castro Alves,
Chel, simples assim.

Ana Elizabete Barbosa, em 20/05/2012,
Para Michel Castro Alves, meu Anjo do Cerrado

Onde nem eu sei, Beatriz



Quem te dará nome?
Oh, forma ingreme de mulher.
Quem te mostrará amores?
Quem te conhecerá?
Acariciará teus cabelos,
Em busca da pele nua,
Enrijecerá teus seios,
Em uma irreal procura...
Meter se á nessa mata hibrida de menina fada,
Mulher feiticeira,
encontrará em teus mistérios encanto,
desvandará tuas incertezas.
Te fará feliz,
Quem te amará,
Te sentirá,
Te chamará,
simplesmente Beatriz.

Ana Elizabete Barbosa

Para minha irmã : Beatriz Barbosa, uma mulher de mistérios instigantes,
uma menina que pede apenas seu colo.

sábado, 19 de maio de 2012

Flores e Desejos


A fulô e o jardineiro

Era uma vez uma linda fulô
que nasceu no coração de um sertanejo,
pra lhe colorir as vistas,
para que lhe faça gracejos,
Um dia o contemplado jardineiro,
resolveu se libertar,
daquela que já lhe incomodava,
pela atenção que chamava,
dos outros a quem não interessava.

Lhe caiu a dúvida o ciúme e o pesar,
já não sabia de suas certezas,
só ouvia suas tristezas
abriu mão da sua fulô,
e ela morrerá por falta de viço,
sucumbirá a falta de amor.

E o que restará ao jardineiro?
O que sempre sobrou.
Vaguear nesses bosques,
em busca de outra flor.


Ana Elizabete Barbosa
A fulô, de um ciumento anjinho jardineiro..
22/04/2012

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Para Acacia



Vestida de pureza,
portadora de malícia,
é uma forma inexplicável de menina e dona de si,
uma garotinha de algodão,
uma força que domina um leão,
astúcia, queira você ver,
seu olhar não se pode ler,
nem suas atitudes se arriscar prever,
duas? não!
várias em uma só,
eu sou lua, eu sou estrela,
se quiser sou o sol,
sou aquela que te domina,
sou a sua mulher,
ás vezes tão menina,
que ri, de mim, de tu,
de quem ela quizer,
ela é Acácia,
ela é flor, ela é mulher..


ANA ELIZABETE BARBOSA

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Vestida de Natureza


Vestida pela natureza,
Tal é a tua beleza,
Que ao mundo tanto comove.
Aos olhos dos mortais,
És nada, nada mais, 
Que uma bela criança,
Coberta de flores,
Despida de aromas,
Linda menina,
Que assombra e encanta.
Que desperta sentidos,
Que inspira esperança.
Pele de sol, olhos de lua,
Mãe natureza,
Coberta de certeza,
E dos mistérios que só ela possui.

Ana Elizabete Barbosa
Para: minha mãe de mesmo nome, (Ana Elizabete Beta) 

terça-feira, 15 de maio de 2012

Noites de você


Sonho a cada instante com os olhos abertos,
Vejo vc em minha frente,
O seu olhar reflete nas paredes nuas,
Imagino seu abraço, imagino-me sendo tua,
Momentos tão puros, tão insanos,
Momentos ilusionados, momentos de enganos;
A lua não sabe de voce, ninguém pode dizer que sabe,

se eu mesma que te tenho toda noite não desenho,
Qem poderia então faze-lo?
Se eu que te escaneio no meu corpo não te decifro,
Qem poderia entende-lo?

Ana Elizabete Barbosa

segunda-feira, 23 de abril de 2012

TEATRO NA SHEKINÁ, SÍTIO DO PICA PAU AMARELO




TURMA DO SÍTIO DO PICA PAU AMARELO

NO FESTIVAL DE LEITURA DA SHEKINÁ
                                                        LEITORANDO


EMÍLIA BONECA SAPECA
FEITA POR TIA ANASTÁCIA
PRA NARIZINHO BRINCAR
A MENINA DO NARIZ ARREBITADO
GOSTOU TANTO DO PRESENTE QUE PASSOU A INVENTAR
QUE A BONECA FALAVA E NÃO PARAVAM DE CONVERSAR

ENTÃO DOUTOR CARAMUJO
FEZ O MILAGRE ACONTECER
NESSA BRINCADEIRA A DANADA CRIOU VIDA
E NÃO PAROU MAIS DE FALAR

ASSUSTADA, ARREPIADA E SEM SABER O QUE FAZER
NARIZINHO FOI PROCURAR EXPLICAÇÃO
DENTRO DA BIBLIOTECA QUE SUSTO!!!!!!!
UM SABUGO DE MILHO SABICHÃO

_ NÃO ME CHAME DE SABUGO
POIS SOU NOBRE SOU VISCONDE DE SABUGOSA VEJA SÓ
SOU AMIGO DA NOBREZA DESSE LUGAR
TENHO AMIGO REI, DE AGUAS BEM PROFUNDAS E BONDOSO
E TAMBÉM TEM UM MARQUÊS EXIGENTE E RIGOROSO

NARIZINHO FICOU ADMIRADA COM TANTA NOBREZA
UMA BONECA QUE FALA AGORA PODERIA SER MARQUESA
ENTROU NA BRINCADEIRA E LOGO ESPALHOU A COCOCÓ
A BONECA TAGARELA IRIA SE CASAR COM O MARQUES DE RABICÓ
GOSTOU MUITO DA IDÉIA A BONECA SAPECA
COSTUROU LOGO UM LINDO VESTIDO NO PANO DO CORPO
MAS LOGO DESISTIU FRUSTRADA QUANDO DESCOBRIU
QUE O TAL MARQUES ERA UM PORCO
COM SUA SABEDORIA O VISCONDE SABUGOSA
CONSEGUIU CONVERCER A PEQUENINA A CASAR
NARIZINHO, O SABUGO E PEDRINHO
FORAM OS SEUS PADRINHOS E A LEVARAM AO ALTAR
E PEDRINHO MENINO VALENTE BAGUNCEIRO E ARTEIRO
INTELIGENTE QUE SÓ ELE
NÃO TEM MEDO DA CUCA NEM DO SACI
HUMMMM CADÊ PEDRINHO ELE TAVA AQUI
JÁ CORREU PROS BRAÇOS DE DONA BENTA
QUE TIA NÁSTACIA FALOU QUE PODIA
QUANDO SE FALA NA CUCA PRA ESSE MENINO
CABOU SE A VALENTIA
NÃO ERA COMO EMILIA
BONECA METIDA ESSA, COMO FALA DONA BENTA
QUE ESTAVA A FAZER BISCOITOS
PRO TAL CASAMENTO NA FAZENDA
TIA NÁSTACIA SÓ CONSEGUIA SORRIR
POIS VEJA MESMO O QUE ACONTECEU
NA HORA DE CORTAR O BOLO
O MARQUES LAMBÃO TODO O COMEU
EMILIA NÃO SABIA O QUE FAZER VOU COLOCAR MEU MARIDO NA ESCOLA A SE COMPORTAR ELE VAI
TER QUE APRENDER
MATRICULOU RABICÓ NA SHEKINÁ
PRA TOMAR CONTA DELE MANDOU O SACI
NOSSA QUE CONFUSÃO TODO MUNDO COM A MÃO NA CABEÇA
CHAMA TIA QUE ESSE PORCO É UM LAMBÃO

DOIS MESES NA ESCOLA E A MARQUESA ERA SÓ ELOGIOS
PRO MARIDO
 QUE AGORA SIM ERA UM NOBRE
COM TODAS AS HONRAS E BRIOS
O SACI NADA ESPERAVA FOI FAZER SUSTO AO MENINO
SAIA DAQUI SEU MIZIGUENTO ACERTE SEU DESTINO
FALA RABICÓ
UI QUE IDEIA DA EMILIA ME TRAZER PRA CÁ
EU VOU É FUGIR DAQUI NÃO VOU MAIS ESTUDAR
OUVE ELE TIA RITA E LOGO LHE DIZ
É O QUE SEU CABRA REPITA QUE NÃO ESCUTEI

COM MEDO O PORCO FALA LIGEIRO
AH NADA NÃO JÁ ESTOU DESCENDO FAZ TEMPO QUE A BIBLIOTECA ABRIU
E A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA JÁ TÁ ACONTECENDO
É O VISCONDE O CONTADOR DE HOJE
E DO TEATRO NA JANELA É MINHA VEZ DE FALAR
VOU CORRENDO, VOU AGORA, VOU A TODA
PRA NÃO PERDER NENHUM MOMENTO DESSA AVENTURA LOUCA
GOSTOU TANTO DE LEITURA O MARQUES DE RABICÓ
QUE NO FESTIVAL ELE ARRASOU
CONTOU HISTÓRIA, FEZ TEATRO, ATÉ DANÇOU
AH MEU MARIDO!!!!!!!  A MARQUESA EMILIA ELOGIOU
DONA BENTA GOSTOU TANTO QUE RESOLVEU,
TODO MUNDO VAI PRA CRECHE.
NOSSA MÃE GLEYCE ENLOUQUECEU
DERRUBOU OS ÓCULOS TRÊS VEZES NA HORA DE MATRICULAR
ERA TANTO NOME QUE NÃO CONSEGUIA ACREDITAR
VIXE MARIA NOSSA SENHORA
ALGUÉM VENHA ME AJUDAR

VÃO LÁ PRA BAIXO PRA BIBLIOTECA
ASSIM NÃO CONSIGO TRABALHAR
É MUITA BAGUNÇA NESSA SECRETÁRIA
DESSE JEITO RITA NÃO VAI GOSTAR

BEM VINDO A BIBLIOTECA DOS BRAVISTAS
SELMA FALOU SORRINDO
MAS LOGO CRESCEU OS OLHOS QUANDO VIU
AS PRATELEIRAS CAINDO
RABICÓ QUERIA POESIA
EMILIA CONTO DE FADAS
NARIZINHO QUERIA NOVELA
PEDRINHO AVENTURA
DONA BENTA O LIVRO DE RECEITAS
E SELMA SE ENROLOU
PAROU A CONTAÇÃO
É NUM GRITO MANDOU
TODO MUNDO PRO PAVILHÃO
DONA MONTE E SOCORRO DE CABEÇA QUENTE
NÃO AGUENTAVA MAIS DONA NASTÁCIA
DANDO OPINIÃO, MUNGUZÁ FAÇA COM COCO
ARROZ BOTE MENOS ALHO, MAIS CEBOLA QUE GOSTO ASSIM
QUE CALDO ESSE DEIXE QUE FAÇO O FEIJÃO
CORTE VERDURA, PEGUE CARNE
FAÇA ISSO FAÇA AQUILO
AH EU NÃO FAÇO NÃO
CHAMA LOGO RITA QUE NÃO AGUENTO ESSA CONFUSÃO
ANDRÉIA NÃO AGUENTAVA MAIS
QUEM FEZ TANTA BAGUNÇA
DESSE JEITO NÃO VOU PARAR
JÁ ARRUMEI ISSO TRÊS VEZES
NÃO VOU MAIS AJEITAR
SÓ QUANDO TODO MUNDO FOR PRA SALA
E QUE EU VOLTO A ARRUMAR

CHEGA CRISDIMAR NO MEIO DA AGONIA
VAI LOGO DIZENDO SEM MALDADE DOA A QUEM DOER
ISSO TEM ACABAR,
AFINAL ESTAMOS NA ESCOLA
NÃO É LUGAR DE BAGUNÇAR
VOU CHAMAR RITA TELES
PRA BOTAR ORDEM NESSE LUGAR
DERREPENTE CHEGA ELA FALANDO
QUE BAGUNÇA É ESSA NESSE CORREDOR
O QUE ESTÃO PENSANDO VOCÊS
JÁ TRABALHAR QUE NÃO QUERO NINGUÉM VAGANDO
PRA SALA,
 
 ESTOU MANDANDO
SOU PEDRINHO SOU DA SALA AZUL
PORQUE SOU PESQUISADOR
GOSTO DE EXPLORAR
A CADA DIA APRENDO UMA COISA
E SEMPRE QUE ISSO ACONTECE TIA LÚCIA COMEÇA A CHORAR

E VOCÊ EMÍLIA
SOU DA SALA LÍLAS
ESTOU COMEÇANDO A DESCOBRIR
O QUE É PALAVRA MESMO ENGOLINDO LETRA
TIA RUTE CHAMA PRA LER
É ASSIM MESMO TENHA PACIÊNCIA JUNTOS VAMOS APRENDER
E VISCONDE ONDE FICOU O SABUGO SABICHÃO
AH ESSE SIM ACERTOU O DESTINO
SABE MUITO DE FALAR, DE ESCREVER NÃO SABE NÃO
SENTA AQUI MEU AMOR NA SALA LARANJA
COM TIA ELIANE ARAGÃO

RABICÓ O MARQUES AGORA BEM EDUCADO SE ACHOU
NA SALA AMARELA
COM TIA MÉRCIA FOI ESTUDAR
FORMAS GEOMÉTRICAS, ESPAÇO E TEMPO
ERA UM UNIVERSO A EXPLORAR

CADÊ O SACI MENINO MAIS ARTEIRO DA SHEKINÁ
EITA NEGRINHO INVOCADO,
NA SALA VERDE FOI PARAR
LOGO COM TIA ANA PAULA QUE NEM GOSTA DE ARROCHAR
BOTE LOGO O CACHIMBO NO BOLSO
QUE A COBRA VAI FUMAR

E A CUCA COITADINHA IA FICAR SEM ESTUDAR
A SALA VERMELHA TA SEM PROFESSOR E AGORA
TIA LOGO ARRUMOU VAGA,
DEIXA COMIGO ESSA ALMA
A PROFESSORA É UM ANJO DE ASA
BEM COLORIDA MELHOR ALMA DO MUNDO
ASSUMIU A TURMA
 TIA EDILENE COM SUA GRANDE PACIÊNCIA TOMANDO CONTA DE TUDO

DE VEZ ENQUANDO ABUSANDO VEM UM ANJO COLORIDO
E O TIO DA CAPOEIRA
FAZENDO UM POUCO DE TUDO
CALMA MINHA GENTE QUE EU SOU SÓ UM
DESSE JEITO VOU ENDOIDAR
HORA ESTÁ NO PÁTIO, COM AS CRIANÇAS A JOGAR,
NOUTRA TÁ NA SALA, BOTANDO PRA ESTUDAR.
ESTE TIO É MESMO FERA, BOTA TODO MUNDO NO EIXO,
QUANDO ELE DÁ PERNADA, ABAIXA MENINO, OLHA O QUEIXO.

TODA TURMA DE MONTEIRO LOBATO
DO SÍTIO DO PICA PAU AMARELO
AGORA NA SHEKINÁ PÁRTICIPANDO DO FESTIVAL
É LEITURA DE MUNDO, CULTURA, EDUCAÇÃO
É TRABALHO SOCIAL, REVIVENDO ESSA ALEGRIA
ENFRENTANDO PRECONCEITOS,
MESCLANDO LUTA E VITÓRIA
DESCOBRINDO O PRAZER DE LER, E DE ESCREVER A PRÓPRIA HISTÓRIA

EI FALTA EU
BOTE AÍ MEU NOME NARIZINHO SOU MENINA DO NARIZ ARREBITADO SOU DA SALA BEGE PORQUE JÁ SEI LER E DOMINO ESSA MAGIA
DAS CIÊNCIAS A FILOSOFIA
MINHA TIA É ANA ELIZABETE
A QUE ESCREVEU A POESIA


ANA ELIZABETE BARBOSA