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domingo, 27 de janeiro de 2013

Rainha das Águas



RAINHA DAS AGUAS DOCES,
SENHORA DAS CORRENTEZAS,
DESFILA PELAS PEDRAS COM GRAÇA,
SUA SUAVE BELEZA,
VESTIDA DE CORES E MISTERIOS,
ELA A FLOR AMARELA DA MÃE NATUREZA,

SEUS FILHOS SÃO DOTADOS DE HONRA,
VESTIDOS COM JUSTIÇA E FÉ

NÃO SE DOBRAM A QUALQUER FORÇA,
SÃO GUERREIROS QUE LUTAM DE PÉ,

SALVE A MÃE OXUM PROTEGIDA DE OGUM,
VAIDOSA AFETIVA MATERNAL,
ELA É MULHER DE GARRA,
SEMPRE POSTA A AJUDAR,
GOSTA DE OURO TAMBÉM DE FLORES,
COM AS CRIANÇAS TEM GRANDE AMOR,
SALVE MÃE RAINHA DOS RIOS,

A QUEM PERTENCE A FECUNDIDADE,
E TODOS OS NOSSOS FILHOS


Ana Elizabete Barbosa

sábado, 26 de janeiro de 2013

Santo Guerreiro

OS BÚZIOS ENCONTRADOS ÁS MARGENS DO MAR,
SÃO PRESENTES DE OGUM REI E SENHOR DAS AGUAS,
AGRADA A QUEM VEM BUSCAR,
COMO FORMA DE PERDIR PERDÃO,
TRÁZ EM SEU INTERIOR O BARULHO DAS ONDAS,
SUA ESPADA FERE A TERRA,
 COM INTENSA LUZ DOURADA,
 QUANDO SEUS FILHOS VÃO A GUERRA,
COM SUAS ARMAS SÃO VESTIDOS,
PELO SEU AMOR DE PAI VÃO PROTEGIDOS,
CINGIDOS PELO FERRO CONTRA QUALQUER FEITICEIRO,
SALVE OS FILHOS DE SÃO JORGE,
SALVE O SANTO GUERREIRO.

Ana Elizabete Barbosa

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Lembranças do meu avô



Pintaria nesse agosto o quadro da tristeza,
Quando levou me triste o gerimum de setenta toneladas,
Quando não ia ter pesca na maré de Santo Amaro.

Agosto vem agora amargo,
Sem farinha torrada com melado de engenho,
sem o pagode do Bezerra, que entoava depois de um trago e outro.

Será sempre lembrado:
Nada melhor para o cabelo que Banha Zezé
e nenhum lugar para comprar é melhor que Mercado de São José.

No Mercado era sempre uma festa,
Compra ração, farinha da fina e mateiga só da boa,

-Cuca!!
Era assim que me chamava pra dar doce ou almoço.
_Dinhaa!!
Chamava a minha vó.
E assim contava dos passeios em Campina Grande,
Do namoro vigiado,  da viagem da Maria Fumaça.

Agosto me levou a lembrança mais pura da minha infância,
Me levou o colo calejado pela vida,
As palavras firmes e os conselhos de quem já tinha vivido muito,
mas não queria que vivessemos aquilo.

Ah! As histórias da Marinha,
O trabalho na caldeira do navio,
A trajetória no Rio, no Canta Galo onde chegou,
Depois de sair pra comprar cigarros em Recife,
Quinze anos depois voltou pra casa, pra mulher que o esperava,
Os filhos já crescidos no quintal,
Com a carteira de cigarros na mão bateu na porta e entrou,
como se tivessem passado apenas duas horas.

Casou os filhos, teve outros e também outras mulheres,
Sempre foi bohêmio,
-A noite é para dormir e o dia para curtir.

Do seu jeito amava a vida, os filhos e a cachaça.

Era bem humorado, mas era bruto também,
Contava histórias, contava causos ( a perna cabeluda), criava casos também,
Mas sempre foi respeitado era BC de Araújo.

Alagoano conhecia o Recife como a palma da sua mão (pequena).

Toda igreja, toda praça,  Entroncamento, Chora Menino, Arsenal,
Penha, Rosário, Carmo, e suas histórias também.

Conhecia muito, de tudo ele sabia um pouco;
De medicina, de trabalho, encanação, mecânico e choffer de profissão.

Sempre me lembrarei dele quando for à  Casa Amarela,
Ao Mercado Público, ao Centro do Recife sua paixão,
À Camaragibe,`à Vitória de Santo Antão.

Nunca esquecerei esse tempo lindo que vivi,
Do tempo que esse agosto interrompeu,
Agora já não existirá o contador, mas seus contos sim,
Não existirá o trabalhador, mas sim o seu trabalho.

Não posso mais ter o colo do meu avô,
Mais nunca esquecerei seu Braulio.


Ana Elizabete Barbosa

Braulio Correia de Araújo, era BC de Araújo cheio de cachaça, " Vou apertarrrrrrrr"




sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Poderosamente Mulher



Mais que as rochas no alto das montanhas é forte,

Mais que a correnteza que desce do alto dela és bela,

Menina de sorriso tão belo,

Olhar tão meigo e sincero,

Essência de flor,

Tão doce a voz que embala,

Tão forte quanto o gênio que te separa

da dores e das angústias que te dão.

Menina mulher de natureza rara,

Cumplíce de seus desafios e barreiras,

Quem te disse mulher, que para te fazer forte a vida tem que ser bela,

Tua montanha, rocha que te sustenta na fé,

Tua correnteza, passos que te guiam,

Tua dor que te faz poderosamente mulher.



Ana Elizabete Barbosa

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Rosa da Vida




O príncipe solitário, em sua busca incessante,
Já não pode esperar pela rosa,
O tempo como o vento corre,
As cores como ele, como o dia escuresse,
Nada tem a perder quem lhe der a rosa,
O príncipe chora,
Mas busca em todos os espaços aquela que lhe trará esperança
A rosa me dará vida,
A rosa que você cultiva em seu caminho de sustentação
O caminho já não é tão longo,
Quando essa falta me consome
Mas a vida por ela prolongo,
Quando a recebo com amor,
Aliviando de mim a dor,
Nos dias que a recebo.
E cada príncipe que atráz dela caminha,
Cativa jardineiros com seu olhar de alegria,
A espera da rosa que lhe devolverá a vida um dia.
E fará mais feliz aquele que a cultivou.
Ana Elizabete Barbosa
Doe Medula óssea, seja alguém na vida dos seus irmãos, as rosas florescem a cada dia oferte-as

sábado, 5 de janeiro de 2013

Aqueles Dias Sem Você






 


Angustiantes foram os dias que frios passei sem você,
agarrada a terra como se ao teu abraço,
abraçada a lua como ao teu corpo,
projetava me ao teu quarto para te ver dormir,

Como se eu flor buscasse colibri em seu coração,
a cor dos perfumes que senti,
o aroma dos beijos que beijei,
a cura da dor que nunca pedi,
tamanha dor que nunca imaginei,

Trazia nessa angustia a frieza do sol,
do calor daquela insuportável manhã,
a manhã do meu primeiro dia sem você.

Coloquei-me mãe terra abraçada ao teu áspero chão,
o meu semente, o pequenino grão,
dessa flor do mato,
que deseja germinar amor,
na terra fértil dos teus braços.

Ana Elizabete Barbosa

Flores e Raízes


A verdade é luz pequena,
 arde no meio da escuridão dos nossos olhos cerrados,
teimosos
abre,  caminhos assombrosos nas trevas,
mergulhada em nossa ânsia,
ela, a verdade ri da nossa cara,
por todos os nossos erros e medos,
pelo simples medo de encarar o espelho.

Enquanto me doei a essa verdade,
descobri talvez um pouco tarde,
que eu flor, tu não me regavas,
e que minhas raízes mesmo a mostra na terra
resolvia plantar-se,
enrramava-se teimosa,
espalhava suas folhas como recados ao vento,
anunciando um outono que um dia chegaria.

Ana Elizabete Barbosa

Lama nas Ruas

Quando o amor resolve dizer sim e a vida resolve dizer não, 
escute o mais insano, o seu coração.