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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Visa de Viajante



Visa de viajante é sem limite
De professor  nem limite tem
Viajante gasta tudo na Europa
Professor gasta o que não tem
Ninguém questiona nada
Não se pode censurar
Nessa escola só se ensina gramática
Filosofia não se pode mencionar
O que a vida de folgado mostra
É que o povo não precisa estudar
Há quem viva só de bolsa
E viva ainda a estarrar
Que come, bebe, fuma e fode
E não precisa trabalhar.
Eu fico cá no meu canto quieta
Pra não ser por eles vista
Não que me meta medo o crédito gasto
Mas porque minha conta eu pago à vista
O que a gana  do povo no mundo gasta
Pra o povo não vai servir
Eu fico cá na minha aula de história
Enquanto eles viajam,
Eu faço planos de geografia
Mostro a todos os meus meninos
Os caminhos que eles nunca farão
A não ser que se tornem então viajantes
E esqueçam o que é ser cidadão.

Ana Elizabete Barbosa

Recife Antigo



Recife antigo,
Recife dos madrigais, 
Da lua refletida no Capibaribe,
Palco dos meus carnavais,
Recife do meu sonho de menina, 
Dos meus desvelos de mulher, 
Da palavra quase incerta,
Recife dos meus apelos
e dos meus sonhos de poeta. 

Ana Elizabete Barbosa 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Quando eu falo de amor



Quantas vezes derramei
o teu nome lá no mar
quantas vezes eu chorei
para confundir não sei
quem me viu chorar
ainda trago aquela dor
dentro do peito a pulsar
ainda falo de amor
quando o seu nome quero gritar
não me esqueça onde estiver
não me confunda com o olhar
aquela boca não é minha
não se atreva a beijar
não me obrigue a querer
outras vidas visitar
eu me entreguei a você
como me entrego hoje ao mar
eu me entrego a você
amor venha me buscar
estou aqui na sua lembrança
aquele sorriso de criança
ainda sou eu quem você ama
vamos juntos, vem voar
ainda falo de amor quando seu nome quero gritar
não me esqueça onde estiver
amor venha me buscar
é a mim que você ama
não adianta se enganar
quando eu falo de amor
é você que vem amar
quando eu falo de amor
a você venho lembrar
é a mim que você ama
amor venha me buscar.


Ana Elizabete Barbosa

Música/ bossa

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Lua, Sal e Pedra




Mistérios da lua 
Ao mar fui perguntar
Lua cheia quem me dera
O seu rosto espelhar
Não posso me conter
Diante dessa inspiração
Mar, sal, lua, pedra, coração
Quem me dera as respostas 
De minha sereia entender
Quem me dera sabedoria 
Para amar e para viver
Levou as águas correntes
O mar minha dor quase demente
Porém deixou-me certezas 
Que mesmo que eu tente
Nunca esquecerei teu amor
Amor que se ama de verdade
É dor que dura para sempre. 

Ana Elizabete Barbosa 

Lágrimas



Lágrimas... rasgando caminho no meu rosto
dor no coração e tanto desgosto
nó na garganta pedindo passagem
eu choro ........ eu grito....... meu gemido
não encontra abrigo
não encontra sorriso
o peito é pequeno e se expreme
tenta expulsar
teu nome, teu cheiro
tua pele teu encanto
impregnando meus olhos de lágrimas.

Abelha Rainha




  Trazia uma flor amarela
     Escondida no cabelo
Perto do sorriso dela
 Tão mansinha parecia ser
Entrei de cabeça sem saber
Qual a cor do seu juízo
Cor do sol o seu pecado
Cor do seu feitiço
Segredo bem escondido
 Seu ferrão bem afiado
Que aos poucos causa medo
Quando me aponta e intimida
Fere a carne e deita sangue
Enquanto escorre se delicia
    Contorce o corpo de dor
Seu ritual se inicia
Tortura de prazer e de amor
Aquela  que não conhecia
Com seu disfarce de flor
Revelava na verdade
Uma abelha rainha. 
Sedenta de amor.
Ana Elizabete Barbosa

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Teu Mel Pica Flor



Teu é o fogo que me queima 
Também o frio que me desarma 
Olhar que me chama
Chama que me traga
Sou tua Abelha  Rainha 
O mel escondido vou buscar
Em minha selvagem viva flor
Vejo tu o pica a brincar
Despetalando sem cuidado
Escancarando seu pecado
Pica abelha, Pica flor
Pica o mel desperdiçado
Pelo exagero do amor. 

Ana Elizabete Barbosa

domingo, 12 de janeiro de 2014

O Tempo



O tempo mal dito instrumento de tortura e de dor
Trás lembranças embutidas em relógios quebrados
Ana lógicos, sem digitais, trás tudo que eu não quero
Lembranças, amores, loucuras, ideais.

Ele é dono das coisas que eu não lembrar
Também daquelas que não consigo esquecer
Aquele mal dito tempo, dono do meu lamento
Daquilo que eu esqueci de viver.

Hoje eu piso firme
Piso longe dos caminhos seus
Ando nos caminhos da palavra
Da palavra que me feriu
Da palavra que eu não consegui dizer
Aquela que talvez eu traduzi
Mas  nunca consegui descrever.


Ana Elizabete Barbosa