Pedi uma tela ao mar,
A Olinda pedi inspiração,
Para meu amor pintar,
segundo o vê meu coração.
E começo pelos tetos claros,
Cor do sol que nem reparo,
Que deixei escorrer tinta,
Aproveito o contorno,
Para encher de pelos o teu corpo,
Espalhando a tela assim assinta.
De uma cor bege, rósea clara,
Pinto a tua ostrina pele que me tara,
E tanto me estremece pintar,
Que em relevos vou criando,
Detalhes que encantam o olhar.
Na tua boca perco a tinta,
De tão vermelha ninguém a pinta,
Lábios quentes, úvida língua,
Se me falta o teu beijo morro a míngua.
Vinho tinto pra te pintar por dentro,
Embebendo assim meu pensamento,
Dando vida a minha aquarela.
Sendo tão perfeito, escaneado e pintado,
Sinto orgulho de ser tua amarela,
Sei que só me pintei agora,
De uma só cor por falta de tinta,
Por ser amarelo apenas uma cor,
Pinta amarelo cor de flores,
Também pinta amarelo cor de amores,
E mesmo sendo pintado em tela de água,
Essas cores ninguém enxagua,
E esse quadro, não vendo, nem alugo,
pelo dinheiro que for,
É o retrato íntimo do meu amor
Ana Elizabete Barbosa
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