As torturas da noite
Calam a voz da mente
Que insana procura fugir
Tua lembrança vem
E a madrugada não deixa dormir
Toques de tambor nas pernas
Nas tetas que se aquecem
Escondidas nas mãos
Arrepiam e enlouquecem
Embriagado o ventre
Acelera o coração
Cerra os olhos
Abre a imaginação
Estradas entranhas estranhas
Caminhos fechados de medo
Esquecidos na urgência
De viajar em segredo
Tranca-se portas e janelas
Cobre-se com o lençol
Procura um pouco mais
Escondida da lua e do sol
Ao primo toque se abre
Se entrega ao seus fieis
Desbravadores espalmados
Adornados de anéis
Ninam agora essa mulher
O ser puta, o ser dama
Ser dona do corpo que doma
Sozinha em sua cama.
Afogada embriagada
Nesse lago de mel e lazer
Refeita veste-se e se despe
Da gana do solitário prazer
Ana Elizabete Barbosa