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domingo, 28 de dezembro de 2014

Prazer Solitário






As torturas da noite 
Calam a voz da mente
Que insana procura fugir
Tua lembrança vem 
E a madrugada não deixa dormir

Toques de tambor nas pernas
Nas tetas que se aquecem
Escondidas nas mãos 
Arrepiam e enlouquecem

Embriagado o ventre 
Acelera o coração
Cerra os olhos 
Abre a imaginação

Estradas entranhas estranhas
Caminhos fechados de medo
Esquecidos na urgência 
De viajar em segredo

Tranca-se portas e janelas
Cobre-se com o lençol
Procura um pouco mais 
Escondida da lua e do sol

Ao primo toque se abre
Se entrega ao seus fieis
Desbravadores espalmados
Adornados de anéis

Ninam agora essa mulher
O ser puta, o ser dama
Ser dona do corpo que doma
Sozinha em sua cama.

Afogada embriagada
Nesse lago de mel e lazer
Refeita veste-se e se despe
Da gana do solitário prazer

Ana Elizabete Barbosa

3 comentários :

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