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quarta-feira, 27 de maio de 2015

Uma Bruxa, Uma fada, Uma mulher



Ela é puro veneno,
É remédio também 
É doce como mel 
Mil faces ela tem
Não pise no seu calo
Não mexa com seu gato
Não a irrite também
Ela faz ventar, faz chover
Faz sorrir, faz chorar
Ela não é boa, ela não é má
Ela é uma mulher 
Entre tantas especial
Ela é energia 
Atrai o bem e o mal
Dispensa o que merecer
Amor para quem sabe amar
Justiça pra quem se atrever
A maltratar seu sábio coração
Cuidado com ela 
Ela tem um caldeirão
É amante das magias e das artes
Ela é amiga da natureza
Ela é filha da deusa
Seu corpo está em toda parte


Aninha Barbosa 

Feitiço de Aniversário


Sim sim salabim, 

Chamo o sol, chamo a lua
Chamo as estrelas
Cometas e até os gatos de rua
Para comemorar hoje esse dia
Com amor e alegria
Com ventos de paz .
Quem sabe
O seu desejo ?
Quem conhece seu apelo ?
Quem lhe conhecerá ?
Não importa quem seja 
Tudo que deseja 
Hoje acontecerá
Cuidado com o pedido
Só peça se tiver certeza
Depois do caldeirão aceso
Não volta atras 
Não pense besteira
Uma flor despetalei
A terra ofereci
O perfume eu soprei
Seu pedido encaminhei
Espere ele chegará aí

Aninha Barbosa 

Cinco Anos ou Mais ( Velha Infância )



Infância tem a cara da janela 

Tem o cheiro de bolo de fubá
Tem cheiro de mato molhado
De terra batida também poeira
Tem cheiro de suor, catingueira
Tem cara de menino levado
Com os dedos todos cortados
Cheinho de lama e de frieira 
Tem o som do atabaque de Zé 
De grito de Cota. de brincadeira 
Infância tem cheiro de pipoca 
De manga madura e inchada 
Chocolate, café e bolacha 
Na casa da vizinha escondida
Porque antes do almoço 
A mãe da gente não dava
Tem cheiro de mertiolate 
Mercúrio cromo e digo mais 
Tem cheiro de bangue e arnica
Sarando o joelho que doía demais
Infância tem cara de quintal
Cara de boneco, cavalo de pau
Carrinho de lata de leite
Bruxa de pano e rolimã
Carinho de primo, de prima
De tio, vizinho e irmã 
Minha infância foi assim 
Uma angustia avexada de agonia
Quem será que vai pegar 
A bola na casa de dona Lia
E a pipa enrolada no fio 
Minha mãe não deixa tirar
Vamos lá barraca de dona Biu
Quem sabe ela nos dá seda 
Aquele cheiro de perigo
Um beijo no canto escondido
Naquele primo que veio de longe
Cuidado da mãe não saber
Ela tira o pelo e vai doer
Não deixa ninguém escapar.
Hoje eu sou adulta e temo
Uma noite na pracinha é tarde
Os horários me chamam 
A cama não me deixa dormir
As coisas que tenho a fazer
Tudo aquilo que eu construí
Essa casa grande de boneca
Das recordações que guardo
Nos meus sonhos mais sapecas
Quem sabe poderei brincar
De casinha um dia no terraço
Fingindo que é sala de estar
Na esquina e naquela praça 
Vou levar minha lembrança
Quem sabe um dia resgatarei
em meus sonhos de criança
A infância por mim vivida 
As histórias que vou contar
Daquela vida corrida 
Que eu gostava de levar. 

Aninha Barbosa 

A Lenda das Cataratas ( Foz do Iguaçu )



MBoi, um deus da floresta
Em serpente formado
Filho de Tupã dono do mundo
Por ele governado

A Lenda das Cataratas ( Foz do Iguaçu )



MBoi, um deus da floresta
Em serpente formado
Filho de Tupã dono do mundo
Por ele governado