MBoi, um deus da floresta
Em serpente formado
Filho de Tupã dono do mundo
Por ele governado
Naipi bela índia a ele consagrada
Desde que nascera prometida
Por Tarobá ficou apaixonada
Desde então entristecida
Para seu amor falou conformada
Que a noite se aproximava
Não iria viver para sempre presa
Mas pelo amor dele esperava
Era noite do grande ritual sagrado
Caingangue toma cauim no alto
Naipi pintada, fogueira já acesa
Tarobá pegou canoa e fugiu com a princesa
MBoi que já estava presente
Condenou a escolha inconsequente
Prometeu vingança bradou alto
E logo se tornou líquida à Serpente
Água de regato MBoi tranformado
Em fúria a pedreira descia
O poderoso deus em catarata
Rio caudaloso se viu naquele dia
Tarobá ficou assustado
Calma e correnteza ele conhecia
Caiu lutando na forquilha
E assim foi então tragado
Na grande armadilha
Do deus contrariado
Transformou Naipi em pedra
Fustigada era desde a queda
Em grande árvore Tarobá
Que chora ao observar
Sua amada pela água castigada
Sua folhagem pelo vento derrubada
E assim se fez desde esse dia
MBoi do alto da gruta vigia
Naipi de pedra. Tarobá de mato
A lenda da catarata
E do casal encantado.
Aninha Barbosa
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