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terça-feira, 18 de outubro de 2016

Erotika Mente



Bastava-me uma taça 
E eu pensava nela cheia
Cheia de curvas e farta
Mulher tatuada de cor
Um dragão enroscado
Como se fizesse amor
Bastava-me uma taça
E Ela chegava em mim
Tão doce, tão amarga
Tão forte e sensual
Despida me possuía
Seus dedos, sua língua
Invadindo espaços nus
Vertendo mel da minha flor
Dilacerando minhas forças
Minhas pernas e minha boca
Abandonava meu corpo molhado
Descia as escadas correndo
Deixando apenas seu cheiro
Quem é ela menina cor da lua
Cor da noite quando nua
Que dorme em minha taça tinta
Onde busco sua essência divina

Aninha Barbosa

Túnel do Tempo








Era época em que a juventude embora reprimida brilhava
Maquiagem neon, cabelos repicados e saia rodada
Calça boca de sino, brilhantina no cabelo e camisa de seda
Homens e mulheres de salto alto, bico fino e cavalo de aço
Quem nunca desejou ser Madonna sem regra nem tabu
Queria ser Tieta embolando na areia ou Gabriela nas ruas
Flor vermelha no cabelo, rapazes de lencinho na lapela
Ele é um pão ela dizia, que broto ele dizia pra ela
O desejo era forte e reprimido enquanto se ouvia cantar
Ney Matogrosso sensualizando e Maria Bethania nua
Tropicália, Secos e Molhados, os tiros na rua e a poesia também
Nascia a época em que sensualidade estava na moda
E tudo era ousado, dançar com as Frenétikas e com Fafá
Bailando com as bruxas e os pirilampos, sacis e fadas
Era rock and roll  e sonhos de liberdade Woodstoquianas
Quero reviver tudo isso, entrar no Túnel do tempo se perder
Quero dançar, vamos cantar,  tomar drinks coloridos e sorrir
A festa vai começar e você é convidado, pode vir .


Aninha Barbosa 

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Maria Padilha da Gira






Muitas histórias se contam
Tentando dizer e explicar
Quem é essa cigana
Que chegou no meu congá

Rosa cigana, cheia de fé
Ele é Maria ela é mulher
Rosa cigana diz o quer

Dança Maria Padilha
Minha cigana de fé
Dança Maria Padilha
Minha cigana Fé

No reino de Castela se deu
Uma bela história de amor
Feitiços assim se fez
Com a Padilha o rei casou


A peste negra interrompeu
Esse amor foi tão fatal
Rainha Padilha faleceu
Enterrada foi no seu quintal

Ao seu encontro foi o Rei
Pelas mãos do seu irmão
Esculpida foi a arte
Que celebra essa união

Maria e suas Padilhas
Não podem no céu entrar
Mas estão aqui na terra
Dispostas a lhe ajudar

Nas missões de amor
Também de guerra e paz
Traga um bom vinho e flor
Pomba Gira Maria faz

Salve a Rainha Laroye
Salve a Rainha Mojubá
Salve Maria Padilha
A Rainha do Congá

Aninha Barbosa

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Pomba Gira Cigana



Uma rosa cor de sangue
Véu negro e púrpura
Escondendo seu olhar
Quem encara a moça bonita
Quem lhe chama para dançar

Laroiê Molambo
Laroiê Padilha
Laroiê Sete Saias
Ela é a Pomba Gira

Ao pé da fogueira
Acende a cigarrilha,
. Champanhe na taça
É festa na Gira.

Ao toque do pandeiro,
Ela chega gargalhando
Abre os caminhos
Direciona energias

Limpando o terreiro
Praticando caridade
Ela é agente da lei
Não esconda a verdade
Pomba Gira cigana
Resolve suas incertezas
Sua história de amor
Sua dor e seu dilema

Conhecedora da alma humana
Na Jurema é rainha
Ela é cigana da estrada,
Também guarda encruzilhada

Sensual e divertida
Seu sorriso engana o moço
Que tanto lhe acha bonita

Laroyê Cigana 


Aninha Barbosa 

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Roda a Saia Ciganinha : Luz e Vida





Cigana ciganinha ê 
Da sandália de Pau 
Chega na roda menina 
Pra dançar no meu quintal 
Cigana, ciganinha baila 
Roda a saia pra alegrar 
Luz e Vida e magia 
Chega agora pra bailar 

Mulheres ciganas da estrada 
Vem da mata, vem do mar 
Sua força, sua fé, 
Vem do Pai Obatalá 
Chama de vida, luz da fogueira 
Elas chegam pra dançar 

Véus e leques vem faceira 
Nossa vida iluminar 
Chega agora ciganinha 
Vamos juntos vem rodar 
Roda a saia ciganinha 
Vamos todos festejar 

Fitas, pandeiros e rosas 
Santa Sara a abençoar
Música ao fundo chegam elas  
Vem comigo,vem dançar 
Roda a saia ciganinha 
A festa vai começar . 
Optchá 

Aninha Barbosa 

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Namoro de Antigamente







As baladas de antigamente
Eram bonitas de se olhar
A música ao fundo embalava
Casais apaixonados dançavam
Trocando juras de amor eterno
Ao som de Elizangela e Roberto Carlos
Roupa Nova e José Augusto
Um suco de fruta ou Cuba Libre
E ele cavalheiro a lhe esperar
Na lambreta levava pra casa
O pai já tava na porta a esperar.
Os rapazes solteiros da matinê
Ficavam na espreita da menina
Um bilhetinho cheio de clichê
Uma rosa, perfume conturré
Aquela conversa no bar
E o beijo tão prometido
Eram motivos até de sonhar
Esperando que fosse cumprido

Naquela época não tinha
WhatsApp nem telefone
O negocio era mandar cartinha
E esperar que a janela estralasse
Uma pedra enrolada no papel
Tô te esperando na pracinha
E assim os namoros começavam
A amiga cúmplice escondia tudo
E era madrinha quando casavam

O namoro antigamente era assim
Tempos bons que não voltam mais
Assistir filme dentro do carro
Contar estrelas na rua de trás
Mascar chicletes pra disfarçar
Mostrar a lua escondida na nuvem
Pra te surpreender e então beijar

Aninha Barbosa
Namoros que não vivi mas bem que podia ter vivido.

A Sabedoria de Mainha



Se mainha tem um defeito 
Esse defeito eu vou dizer
O maior defeito de mainha
É não deixar o filho crescer
Não importa a idade que tem 
Será sempre um Bebê 
Bota a camisa que tá frio 
Vista uma roupa descente
Não faça barulho na rua
Não chegue tarde
Deixe de ser displicente
Parece que pra ela
Eu serei sempre adolescente
Posso tá tamanho de um poste
Ela manda me sentar
Cale a boca camarada
É minha hora de falar
Mainha é assim arretada
Com ela não tem meio mais
O certo é certo e acabou
Eu apoio por demais
Não discuto com seu saber
Afinal não adianta
-Se quebrar a cara eu junto,
Mas não diga que não avisei
Oh quanto aperreio evitado
Se seus conselhos tivesse escutado
Não taria em tanto entreveiro
Mainha é mesmo sabida
Ressabiada e muito vivida
Isso tenho que admitir
Com a resposta sempre pronta
Se não tem ela apronta
Ensina e rir e a rezar
Mainha se entristece
Quando me vê chorar
Se ela tem porventura
Que ficar meio distante
É pra eu aprender a me virar
Mas não adianta muita coisa
Sempre por ela eu vou gritar
Quando penso que sei tudo
Ela me olha com atenção
Fico todo afoita e contente
Invento uma desculpa descente
E quando eu a desafio
Ela me lembra o valor dos dentes
Quantas vezes fiquei de castigo
E desejei ser a mãe da história
Dizia comigo mesma
Um dia eu vou crescer
Vou embora dessa casa
Fazia bico, birra e chorava.
Queria sorrir de tudo isso
Se não tivesse hoje também
Alguém que me desafia
Alguém que eu quero bem
Bem que mainha disse
Que isso ia acontecer
Que eu saberia o que ela dizia
Um dia eu iria conhecer
Hoje tenho minha filha
Dou conselho e tudo mais
Ela nem sempre escuta
Mas o que eu posso fazer
Como diria mainha
Deixe tudo acontecer
Um dia ela aprende como aprendi
Como ela teve que aprender
Obrigada mainha por tudo
Tudo aquilo que me ensinou
Se eu errei porque não te ouvi
Vai desculpando e um dia
Quem sabe eu serei assim metade
Da mulher que te tornasse um dia.

Aninha Barbosa

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Morrigan : Deusa das Batalhas

Ela é Deusa da batalha,
Do conflito e da guerra
Seu corpo são corvos em fúria
A Rainha fantasma única
Macha, Nemain é Morrigan em mim

Força da natureza sagrada
Da terra grande útero que renasce
Morrigan é vendaval e tempestade
É o selo da noite escura onde vaga

Nas batalhas é invocada
Mãe rainha das noites escuras
Em sua capa teus filhos se erguem
Na sua espada confiam e seguem
Em um grande rito de apreciação

A vitória sobre o inimigo
A beleza do sangue nas mãos
A força do guerreiro de Morrigan
Sua energia e seu poder
Não são para todos que querem
Mas para aqueles que ela escolher

Aquele que não tem medo nem pavor
Que sabe que Encontrar-se com a morte
É encontrar-se nos braços da mãe

Seu grito tão alto, dez mil homens bradam
Sua lança de prata é o destino
Suas penas me cobrem na guerra
Com sua roupa me visto e brado
Morrighan, Morrighan minha mãe
A quem esse canto consagro.


Aninha Barbosa