Quando você decidiu parar
Os planos que juntos fizemos
Eu te perguntei, mais de uma vez
Se tinhas certeza
Do que estavas fazendo
O teu frio olhar,
Me rasgou inteira
Me jogou na ladeira
E não quis recolher
Ao menos os cacos,
Os pequenos pedaços
Daquilo que era seu
Você não quis saber.
Xingando ao pé do ouvido
Me abraçasse pra dizer
Vá embora da minha vida
Não quero mais você
Me largou sem saber
Que o vestido que usei
Na hora que te beijei
Fiz pra casar com você.
O meu vestido de cetim
Sujo de lama ficou
E eu não quis nem saber
Os motivos que teve,
Que deixou de ter
Só chorei por você
Sem entender o que houve
Levantei e parti
Nunca mais eu voltei
Soube por um amigo
Que se arrependeu
E de desgosto morreu
Em um pedaço papel
Deixou o discurso escrito
E mandou me dizer
Eu te amo minha preta
Perdoe-me se puder
O teu amor joia rara troquei
Pela bijuteria de uma falsa mulher
E naquele momento que recebi,
O papel amassado
Das mãos do mensageiro,
Eu até pensei em
chorar por você,
Mas quando olhei a caixa,
Onde estava o vestido
Que fiz questão de guardar,
Eu abri uma
cachaça,
E num gesto de humanidade
Lentamente deixei queimar
A vela que acendi,
Por sua pobre alma
E preferi brindar:
-Ao teu inútil amor,
_Ao teu penar,
-Ao teu desgosto e
a tua paga,
Brindei a tua
morte
E como se fosse praga
Eu cantei e dei
risada,
Nem por um momento,
Me permitir chorar.
Timtim
Aninha Barbosa