Não sou um deserto
Nem tampouco ilha
Não sou ventania
Nem tampouco brisa
Sou assim como você me vê
Preciso de toque, contato e voz.
Sou intensa tenho alma vermelha
Não gosto de calmaria sou babá
Sou bruxa, sou orixá, sou cigana
Minhas tardes tem axé e muito dendê
A noite tem fogueira e caldeirão a ferver
Jogo flores no rio e a ele peço um amor
Jogo flores no mar para o mesmo amor esquecer
Quem fica comigo é porque gosta do fogo
Não tem medo de bailar no escuro
Pisa na brasa dança com eguns e cospe larva
Eu sou filha da poeira, sou cigana estradeira
Não tenho medo nem mendigo nada
Não peço amor e nem gosto de oferecer
Me acompanha quem me ama
Não quem tem medo de perder
Sou grande, sou pequena,
Sou pajé, cacique, guerreiro, curumim
Ferro, ouro, ametista, marfim
Fogo, água, terra e ar
todas as deusas dentro de mim.
Ana Elizabete Barbosa
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