O palhaço abraça com sorriso,
O público que lhe espera,
Bate palmas e dança, cai na lona
Não se machuca, pois faz isso com amor,
Faz isso porque sabe,
Que do outro lado, na arquibancada
A criança que chorava,
Com sua graça levanta o riso,
O palhaço é o amigo que preciso ,
Na hora de levantar.
Rufam os tambores,
A lona sobe ao céu sem estrelas,
O domador os bichos recolhe,
Só ele, fica a olhar,
O caminho do circo que vai,
a cara do povo que fica,
o palhaço se dignifica,
Quando vê a saudade bater,
Na mão da criança que acena,
Que chama e diz não vai embora,
E é nessa hora,
Que em vez de rir,
O palhaço também chora,
Debaixo da maquiagem a lágrima,
Por cima da tinta alarga os lábios vermelhos
E assim disfarça os olhos da mesma cor,
Faz uma graça e se despede,
Faz morada na lembrança,
Porque palhaço é filho da arte,
É a parte do ser humano que não perdeu a esperança.
Ana Elizabete Barbosa
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