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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Foi no Carnaval que passou


DEIXA QUE EU TE CONTE: UM CONTO DE CARNAVAL



A FESTA

Tão bela estava a festa,

Balões, confetes, lança perfume no ar,

Máscaras, música, poesia, também serpentina,

E no meio do salão, o pierrô e a colombina.

O inconstante olhar da messalina,

Achou vagando no meio da multidão

O pequeno arlequim com sua arlequina,

Incomodou lhe o sorriso da inocente menina,

Que percebeu ainda dançando,

Ao acender das luzes, quando a festa já era finda,

Que o pierrô sozinho chorava,

Pois cumpria sua sina,

Abandonado mais uma vez pela sua colombina.

Abraçada ao seu par, deixava contente o salão,

Tão sorridente e assim,

Não espera jamais saber, o que pretendia seu arlequim.

Matreiro, de olhar fagueiro, apaixonado,

Beijou no rosto a sua menina, saiu dançando, andando ligeiro,

Olhando de lado, procurando a tal colombina.

E nesse mesmo carnaval,

Foi que ascendeu o fogo do palhaço pela nobre bailarina.

Mesmo sendo bobo, sendo boneco,

Fez com gosto por três dias seus caprichos,

Coloriu seus encantos, e deixou preto no branco,

Jamais esperou derramar o pranto,

Por ela a quem amou,

Mal sabe o sandeu, que ignóbeis ilusões cultiva,

A messalina segue cantando,

Entre saltos e ponteiras, deixa um em cada esquina,

Louco pelo seu veneno, pelo seu doce olhar de bailarina.

O pierrô nada pode fazer,

Para sustentar o seu amor,

Para ela a festa termina na conquista,

É mulher de pouco valor,

Não sabe o que amar a triste mariposa,

Que prometeu do arlequim se tornar esposa.

Pobre homem, ingênuo palhaço,

Da vida não entende a não ser do seu embaraço.

Trocou o perfume pelo aroma,

Apostou e perdeu,

Quem vive de festa, o amor sempre testa,

Mas não escolhe o seu.

O pobre néscio, que agora era bicho,

Teve seu amor posto no lixo,

Por aquela, que ele se apaixonou.

Cessaram os clarins, a noite já não tinha tambor,

Recolheram as máscaras, todas, menos a negra,

Que o pierrô usou,

Agora aquela antes molhada pelo noivo,

Agora era usada também pelo bobo,

Que a colombina enganou.



FOI NO CARNAVAL QUE PASSOU

Passou-se o carnaval, porém ela ainda brilha,

Linda estonteante, tão mulher, tão menina,

A tão doce e igualmente malvada colombina.

A música já não toca,

A festa chegou ao fim,

Mais um ano se passou, e assim como os dias já eram três,

A cada ano se renova na lembrança a dor,

A triste marcha do arlequim.

Escondido pela negra máscara do tempo

Propondo ilusões, caminhando sobre confetes,

As lagrimas lhe rolam, a cada festa que termina.

Do outro lado chora, seus apelos

Enquanto a vida passa,

Entre nuvens e novelos,

Aquela que não foi amada,

Que não foi mulher,

A quem a vida puniu por não ser tão fina,

Por não ver maldade em qualquer,

A pequena arlequina.

Ela que achou que poderia.

Viver com tal ninharia,

Com migalhas de amor,

Não viu nem mesmo graça,

Na negra máscara, do grande pierrô.

Sorri colombina, pra tristeza do arlequim,

Chora, chora arlequina por que a vida é assim,

Vaga pierrô, sozinho com seu pranto,

Esperando a volta da sua amada, ainda que seja por encanto.

Amarga injusta, ilusão cruel,

Quem dera a arlequina hoje, esquecer o seu papel,

Poder viver de magia, alegrar de confetes seu nebuloso dia.

Vive triste a pequenina, por não ter o que fazer,

Não sabe a menina, para que está a viver.

Se o amor que lhe fascina,

Seu pequeno arlequim

Ainda morre de amor pela colombina,

Nem sabe que ela está ali.



E EM OUTROS CARNAVAIS

Soam os clarins, tocam os tambores silenciosos,

A festa mais uma vez reinicia,

Mais um carnaval que chegou,

Brincam os quatro no mesmo baile,

Nessa irreal desventura,

A messalina na incessante procura,

Por bobos e de suas aventuras.

O pierrô, mascarado, solitário, ilhado,

Levado pelo som dança bêbado fora do tom,

Esquecido no salão;

O arlequim palhaço, bobo de agora,

Uma lágrima negra, hoje no seu rosto rola,

Ainda lembra-se do seu amor de outrora,

Pela bela bailarina ele ainda chora.



A pequena arlequina saiu do jardim

Triste embora contente vive a cantar um frevo que fala assim:

Para quem interessar saber a história irreal, desse amor sem ideal

Um pierrô, apaixonado,

Com sua amada esta dançando,

Perdeu se pelo olhar, perdeu lhe por encanto.

O arlequim se achando esperto,

Aquela moça atraiu,

Com piruetas, passos loucos,

Como ninguém nunca viu.

A colombina sem princípios,

Um por outro ela trocou,

Deixou infeliz a arlequina,

Que tão triste a tal menina,

Pelo seu amor chorou.

O coração da messalina,

Nunca, se apaixonou,

Deixou também o arlequim, que seu amor tocou,

A arlequina não se importa,

De tão triste assim viver,

Vê o seu passado triste, mas o seu futuro existe,

E o arlequim não pode ver.

O bobo fica lá se lamentando,

A bailarina só dançando,

O pierrô vive assistindo

A pequena arlequina que agora está cantando.

A máscara embora negra,

Hoje esta enfeitando, a face do arlequim que vive chorando.

O carnaval agora vai,

Mais um ano se passou,

E o povo ainda chora, quando escuta nessa hora,

Aquela linda historia,

A história desse amor.


Ana Elizabete Barbosa

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Eu ainda estou aqui



Dignidade, para enfrentar o que me consome,
Força pra assumir minha própria dor,
Cansaço,

Não de lutar,
Mas de ver a lágrimas no seu olhar,

Pare de chorar,Eu não estou morrendo,
Estou tendo a chance de renascer.


Deus apiedou-se da minha alma,
Do meu corpo que sofria,
Dos medos que eu sentia,
Estou leve...
Não sinto frio aqui,
Aceite a vontade do criador,
Pois foi ele quem me chamou.

Sente minha falta?
Chame...
Quer me ver?
Abra os olhos do coração,
Cerre as pálpebras,
Extenda sua mão,
Toque-me...
Eu ainda estou aqui.

Ana Elizabete Barbosa




Fascinação




Fecho os olhos
vejo em sua  imagem refletida
meu insano desejo,
Seu corpo esguio, pálido,
macio, cálido,
Me convida a passear sem pudor,
Seu sorriso finos lábios,
derrete-te me de calor,
gotas de orvalho, cheiro de carvalho
Selvagem fresco mel,
que serenamente me beija.
Teus olhos abismo profundo
fitam me desesperados de amor
Suas mãos, grossas pesam em mim
Arrepiando-me a pele cheia de malícia
Seu calor me queima, o intimo,
Teu sabor de paixão proibida,
Minha sombra virgem,
Meu corpo no teu,
Teu eu na minha vida.

Ana Elizabete Barbosa

Aria de Mariana

MARIANA

MARIANA  TEM UM MAR,
DE PALAVRAS, DE ALEGRIA,
QUANDO MARIANA SE ESPALHA,
LOGO VIRA  FANTASIA.

ARIA DE SUA MARIA,
MAR DE SUA ANA,
RIAN  TAMBÉM  RIANA,
TUDO, TUDO, DENTRO DE TI MARIANA.

MAR  DE MARIANA,
DE SORRISOS DE  SUA  ANA,
DA  BELEZA  DO SER QUE  SE  RIA,
DO  SEU  JEITO  DE FAZER  POESIA.

Ana Elizabete Barbosa, 2011
para  sua  filha Angela  Mariana Barbosa.


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Pintura Íntima



PINTURA

Pedi uma tela ao mar,
A Olinda pedi inspiração,
Para meu amor pintar,
segundo o vê meu coração.

E começo pelos tetos claros,
Cor do sol que nem reparo,
Que deixei escorrer tinta,

Aproveito o contorno,
Para encher de pelos o teu corpo,
Espalhando a tela assim assinta.

De uma cor bege, rósea clara,
Pinto a tua ostrina pele que me tara,
E tanto me estremece pintar,
Que em relevos vou criando,
Detalhes que encantam o olhar.

Na tua boca perco a tinta,
De tão vermelha ninguém a pinta,
Lábios quentes, úvida língua,
Se me falta o teu beijo morro a míngua.

Vinho tinto pra te pintar por dentro,
Embebendo assim meu pensamento,
Dando vida a minha aquarela.

Sendo tão perfeito, escaneado e pintado,
Sinto orgulho de ser tua amarela,

Sei que só me pintei agora,
De uma só cor por falta de tinta,
Por ser amarelo apenas uma cor,
Pinta amarelo cor de flores,
Também pinta amarelo cor de amores,

E mesmo sendo pintado em tela de água,
Essas cores ninguém enxagua,
E esse quadro, não vendo, nem alugo,
pelo dinheiro que for,
É o retrato íntimo do meu amor

Ana Elizabete Barbosa

Perdidamente


Perdidamente

Esperava nas estradas escuras, achar você.
Esperava nos momentos confusos, achar você;
Achar você que me encanta,
Achar você que nunca vi,
Esperava naqueles dias frios,
Cansada de mim,
Cansada dessa espera sem fim.
Vagando pelas noites, gritava... Surda.
Como quem nunca viu o dia andava... Desesperada.
Esquecida na esfera da solidão... Perdida.
Gritando, andando, esperando;
Surdamente, desesperadamente, perdidamente.

Ana Elizabete Barbosa

Metades

metade de mim te ama e a outra metade também
metade de mim sabe o que é distancia e a outra também
metade de mim sente saudade e a outra metade também
metade de mim entende o que se passa...
mas a outra metade, não entende bem,
É que metade de mim que ficar colada em você
e a outra metade também

Ana Elizabete Barbosa


Desenho de Ana Elizabete Barbosa,
inspirado em Eliane Aragão, minha amiga linda e  exótica.

domingo, 20 de maio de 2012

Chel simples assim


Lá da terra do cerrado,
Vem ele anjo arretado,
Que a todos encanta com esse olhar perdido,
Esvoaçados cabelos ao vento,
Amarelos, favos de mel,
Brincante boca vermelha,
Lindo Flamboyant ao entardecer,
Matreiro, menino faceiro,
Poeta, cantor, até mesmo produtor,
De seus próprios desejos,
De seus próprios sonhos,
De sua vida é o ator,
Quem é ele?
Ele que um dia só,
Um minuto só, eu dei um bejim,
Dessa feita fui tragada, sucumbida,
Amarrada na sua magia,
Nada mais eu podia,
Presa aos encantos chelzim,
Nesse olhar de meninim,
Ele é Michel Castro Alves,
Chel, simples assim.

Ana Elizabete Barbosa, em 20/05/2012,
Para Michel Castro Alves, meu Anjo do Cerrado

Onde nem eu sei, Beatriz



Quem te dará nome?
Oh, forma ingreme de mulher.
Quem te mostrará amores?
Quem te conhecerá?
Acariciará teus cabelos,
Em busca da pele nua,
Enrijecerá teus seios,
Em uma irreal procura...
Meter se á nessa mata hibrida de menina fada,
Mulher feiticeira,
encontrará em teus mistérios encanto,
desvandará tuas incertezas.
Te fará feliz,
Quem te amará,
Te sentirá,
Te chamará,
simplesmente Beatriz.

Ana Elizabete Barbosa

Para minha irmã : Beatriz Barbosa, uma mulher de mistérios instigantes,
uma menina que pede apenas seu colo.

sábado, 19 de maio de 2012

Flores e Desejos


A fulô e o jardineiro

Era uma vez uma linda fulô
que nasceu no coração de um sertanejo,
pra lhe colorir as vistas,
para que lhe faça gracejos,
Um dia o contemplado jardineiro,
resolveu se libertar,
daquela que já lhe incomodava,
pela atenção que chamava,
dos outros a quem não interessava.

Lhe caiu a dúvida o ciúme e o pesar,
já não sabia de suas certezas,
só ouvia suas tristezas
abriu mão da sua fulô,
e ela morrerá por falta de viço,
sucumbirá a falta de amor.

E o que restará ao jardineiro?
O que sempre sobrou.
Vaguear nesses bosques,
em busca de outra flor.


Ana Elizabete Barbosa
A fulô, de um ciumento anjinho jardineiro..
22/04/2012

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Para Acacia



Vestida de pureza,
portadora de malícia,
é uma forma inexplicável de menina e dona de si,
uma garotinha de algodão,
uma força que domina um leão,
astúcia, queira você ver,
seu olhar não se pode ler,
nem suas atitudes se arriscar prever,
duas? não!
várias em uma só,
eu sou lua, eu sou estrela,
se quiser sou o sol,
sou aquela que te domina,
sou a sua mulher,
ás vezes tão menina,
que ri, de mim, de tu,
de quem ela quizer,
ela é Acácia,
ela é flor, ela é mulher..


ANA ELIZABETE BARBOSA

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Vestida de Natureza


Vestida pela natureza,
Tal é a tua beleza,
Que ao mundo tanto comove.
Aos olhos dos mortais,
És nada, nada mais, 
Que uma bela criança,
Coberta de flores,
Despida de aromas,
Linda menina,
Que assombra e encanta.
Que desperta sentidos,
Que inspira esperança.
Pele de sol, olhos de lua,
Mãe natureza,
Coberta de certeza,
E dos mistérios que só ela possui.

Ana Elizabete Barbosa
Para: minha mãe de mesmo nome, (Ana Elizabete Beta) 

terça-feira, 15 de maio de 2012

Noites de você


Sonho a cada instante com os olhos abertos,
Vejo vc em minha frente,
O seu olhar reflete nas paredes nuas,
Imagino seu abraço, imagino-me sendo tua,
Momentos tão puros, tão insanos,
Momentos ilusionados, momentos de enganos;
A lua não sabe de voce, ninguém pode dizer que sabe,

se eu mesma que te tenho toda noite não desenho,
Qem poderia então faze-lo?
Se eu que te escaneio no meu corpo não te decifro,
Qem poderia entende-lo?

Ana Elizabete Barbosa