O BEIJA DA FLOR
UMA HISTÓRIA NÃO É
NECESSÁRIAMENTE DE AMOR
E por todos os dias que seguiam como rotina, eu no
meio, no meu meio caminho tu. Nessa linda tarde que o mar, apenas ele
presenciou, assim sem esperar pelo sorriso que nunca a ninguém ofertou,
revelou-se alí o reencontro, de tu o beija e do eu flor. Encantados foram os
minutos que em meus desvarios projetava sua voz, até que me despertou a mesma
suave canção, como se fadas cantassem, como se lua brilhasse ao meio dia ou
mais, nada, nem mesmo a hora, ela, nem mesmo ela me importava. Chamava-me bela,
naquele momento eu flor amarela, desejava o beijo do beija tão flor, do lindo
colibri que me fez sentir, delírios de amor. Procurava o eu louco sempre por um jardim
que fosse tão singelo, que fosse muito belo e que também fosse sincero, louco
igual a mim. Que quizesse ser feliz, sem ao menos se preocupar, nem com o
pensamento alheio, nem com o testemunho do mar, que importa ou não, se quizerem
olhar, queria eu amor, tu de qualquer idade, que não tivesse nem mesmo um dó de
maldade, que soubesse me compreender, hoje quero eu mais nada, simplismente
ninguém, quero só mesmo alguém, que talvez, mas só talvez não seja você. E desde esse momento achei que ser flor era o que
faria bonito o meu jardim, cultivei relvas, cativei borboletas, conquistei o
beija flor, então veio o inverno e as lagartas se chegaram, comeram parte das
minhas folhas, derrubaram minhas pétalas, e quase mataram minha planta, os
casulos se prenderam a mim, derrubando as defesas estava eu assim tão debilitada,
mas estava feliz. Pois o beija alimentava eu flor com seu amor de aprendiz.
Enquanto durou o frio e a chuva as borboletas esperavam ansiosas pela abertura
dos casulos, mas ele o beija-flor com sede de nectar, esse não soube esperar,
não suportou a dor da metamorfose, foi-se o beija-flor. Quando abertos, os
casulos, novas borboletas nasceram. E mesmo sem as asas do beija-flor a fulô
voa a largos ventos, e assim alcança-o em seus pensamentos.
Mesmo que
sopre esse vento assim pra distante a leste de mim, quem decide se segue atráz
sou eu ou não sou você. Minhas pétalas já se renovaram e tu onde estavas que
não viu? Oh, gira sol, pra colorir eu flor, pra colorir teus raios com a minha
cor, pra iluminar o caminho da volta do pequeno beija-flor. Que agora passando pelo mundo
real, em qualquer ponto de exclamação, para dizer que te sinto até mesmo quando
não quero te desenho, mesmo sem querer e quando digo que não quero mais ainda
te amo e fica dificil viver, até quando não é isso exatamente o que quero eu
dizer. E quando me esquecer de eu poeta sem verso,
terei você pra me lembrar, que ao escrever eu sofria, mas se os versos me
faltaram é porque não sei mais chorar. É preciso alçar vôo, sem mesmo olhar o
tempo, não dá pra ficar escolhendo o caminho, ele o vento sempre vai soprar o
inverso. E desde quando precisa fazer sentido, se
fizesse sentido não era amor, era plano. E quando não puder mais
me dizer que eu flor, sou importante pra você, cale-se você só precisa voar,
não vai deixar de me contar segredos, porque não nesse plano, mas sempre te
encontro, em minhas viagens de enganos, e enquanto souber rimar, vou eu nessa
vida continuar dizendo e afirmando que mesmo sendo eu flor sem beija, não desisto dos meus planos. Um dia Colibri, quando eu
flor não for mais pétala, nem mesmo tiver raiz, enfeitando jarro mesmo de barro
em qualquer lugar por aí, sentirás meu perfume, mesmo sem querer, saberá que João de
Barro, me pôs em qualquer jarro, por não saber me amar.
Porém o
que não sabia o João é que ainda há esperanças, porque enquanto há fôlego há
música e enquanto há música há amor, e amor não se acaba apenas dorme, ninado
pela canção. E quanto os mistérios inevegáveis
do meu coração esses insistiam em te ver, a alma me preparava para desistir, as pétalas já cansadas não admitiam seu vôo e tão somente reclamavam a sua volta, eu
intimamente compreendia que você jamais voltaria, mas que podia eu perfume acompanhar o
seu vôo. Que importa se você nunca vai ler o que eu lhe escrevo, nem todas as cartas
de amor foram partilhadas a tempo de fazê-lo ( o amor ) sobreviver, um dia essas cartas serão
lidas por alguém alheio a elas e talvez digam:
- Que bobos que foram.
Porém enquanto eu puder
ser boba serei, enquanto tiver eu amor esse eu lhe darei, enquanto tudo fizer
sentido, mesmo que não seja, eu lhe direi esse amor, e mesmo quando pensarem que meu sorriso é de verdade prefiro eu que assim
pense toda humanidade, afinal de que adiantaria saberem toda a verdade, essa
dor dói apenas em mim e mesmo que eu flor não tenha esse dom de amor, pra me
contar histórias na varanda, ainda me sobram às larvas que enfeitam a minha
planta, se elas me sugam, talvez, se dói, me lembram que estou viva, pois eu,
fulô, da cidade distante de Puxinanã, não com os olhos te vejo, mas com os
mesmos te desejo, com toda energia de amor, nessa fotossíntese que aproveito da
luz dos olhos teus, da lembrança da última palavra, da palavra adeus. Bem sei
eu que essa dor, tão banal, quase me foi fatal, me deixou tão Ana, tão livre, rão presa,
tão fel, nada me foi que essa palavra mais cruel. Mesmo assim me restou teu
sorriso, tão singelo, tão cheio de cor, que a lembraça se nega a apagar, se
nega a esquecer, se nega a dizer que bem sei eu Colibri, que mesmo que voe você,
pra outro jardim, jamais ouvirá com tanto amor, o teu angelosingelo nome, teu
lindo nome meu pequeno Beija-Flor.
ANA ELIZABETE BARBOSA
ANA ELIZABETE BARBOSA
Gostei Ana,escreveu de alma serena,sem dor.
ResponderExcluirMeu medo de ler tão sómente perceber alguma dor nos teus versos e rimas,mas não vi uma declaração de amor,que como diz,ainda vai ser lida,voce fala que nem todos as cartas foram lidas a tempo,mas essa declaração não,esse tem tempo pra ser lida,e se houver do outro lado coração,entendida.
eu sabia que vc tava com medo, mas eu não tô sofrendo amiga, não dói mais, eu sei que essa declaração vai ser lida um dia, e talvez tenha tempo de ser entendida, eu sei que vai, obrigadaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa amooo tuuu
ResponderExcluirEstamos perante uma prosa poética que eu tanto aprecio.
ResponderExcluirEm “O Beija da Flor – Uma história não necessariamente de amor”, Ana Elizabete Barbosa reúne os condimentos que nos prende à trama com um términos digno de nota:
“…bem sei eu Colibri, que mesmo que voe você, pra outro jardim, jamais ouvirá com tanto amor, o teu ângelo singelo nome, teu lindo nome meu pequeno Beija-Flor.”
Lindo!
OBRIGADA AMIGO ARMINDO E BEM AGORA ME SINTO SEGURA PRA CONTINUA LA, AFINAL A OPINIÃO DO MEMBRO FUNDADOR É MAIS QUE IMPORTANTE, MUITOSSS BEIJINHOSS NA TESTA
ResponderExcluirNossa, enfim tive coragem de ler. Ana, você sentiu muita dor antes hein. Nenhuma dor é fatal. E as cartas??? Que destino levaram?
ResponderExcluir"Um dia Colibri, quando eu flor não for mais pétala, nem mesmo tiver raiz, enfeitando jarro mesmo de barro em qualquer lugar por aí, sentirás meu perfume, mesmo sem querer, saberá que João de Barro, me pôs em qualquer jarro, por não saber me amar." História emocionante, mas você tem se amar mais!!! Se valorizar! Você é incrível e o rapaz viu isso também. Essas cartas foram lançadas ao destino. Tenho certeza que você quando menos esperar, terá a resposta delas! bjs
Errei. Nenhuma dor é *banal!
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