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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Catedrais de Sangue



A História remontada
Exposta à evangelização
Sofrimento, exploração
Índios que seguram sob suas cabeças 
A suposta casa do Senhor
Parecem rir, mas eles choram
Em suas cabeças a dor
Suas famílias não verão mais
Não podem ver, mas exploradas são
Assassinadas no labor da escravidão
Catedrais construídas
Sob pedras, decoradas com Carvalho
E com o sangue daqueles que chora e grita
Gritando, gritando, me liberta, me liberta,  
Almas sofridas que aqui ainda vivem
Nos porões da cada do Senhor
A igreja fincada sobre esse chão
Terra Brasilis, que me corta o coração
Até quando, até quando, 
Vão explorar minha raça
Até quando, até quando
Índio viverá em desgraça 
517 anos e o que eu tenho pra comemorar
Esculturas, monumentos, corações partidos 
E um lamento: 
Índio até hoje, não sabe olhar o céu,
Não sabe mais olhar o chão, 
Apenas o maldito livro, que lhe deram na colonização. 

Aninha Barbosa 

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