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domingo, 22 de abril de 2012

Revoada

Ao pássaro que trago nas mãos
Conta-me tua história
oh passarinho,
que vive dentro de mim,
aqui nesse cantinho,
faz do meu corpo tua prisão.
Chora passarinho a tua dor,
por ser tu menino andejo,
antes perdido, hoje esquecido,
voar é o teu mais intimo desejo.
Sem chave pra te libertar,
Sem te poder agradar,
Meu olhar atravessa a janela,
Nada tenho em meu horizonte, a não ser a vista dela.
Vista que se opõe em falar,
que se nega a dizer,
que outras coisas nesse mundo há,
e que tu passarinho  tanto almeja alcançar,
Para não inquietar-me,
Dou as tuas asas liberdade,
vejo em  teu canto a verdade,
quando soam nas caldas do vento.
Querer nada mais posso, que não dependa do tempo,
Essa vista, essa janela,
tuas asas se pintadas, antes fossem amarelas,
faz desse corpo prisão,
repousado na mesma janela,
foge desse ninho sua emoção,
vai e volta sempre  por ela,
para o corpo de uma dama sem coração,
e para os caprichos dos sonhos dela.

Ana Elizabete Barbosa

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