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sexta-feira, 29 de março de 2013

DO EU POETA E DA LÍNGUA QUE NÃO É MINHA

O meu pouco português,
sem regras, sem métrica, sem fundo,
sem estética
rima sina com o mundo,
inventa palavras para compor em versos
não se incomoda se o parnasiano é inverso.

Essa brincadeira, palavras de emergência,
não pede contexto, nem tampouco coerência,
afinal se poeta fosse coerente,
o que seria da insanidade da gente,

Quem descreveria como é bela
a pedra que no caminhotinha,
como é bela a pedratinha,
quem conversaria com resposta inventada,
com a fria lua hora meio desorientada,

Que poeta seria eu que veria tudo azul
quem diria perdoe me, amo eu e amo tu,

Do pouco português que declaro eu saber,
vírgulas, etc, exclamação ou verbo ter,
ser, haver, amar, correr, sonhar, vibrar,
em um infinito infinitivo,
que conjugo eu no imperativo que faço, que digo,
a essa altura subjulgo a gramática,

Essa ortografia quebra romance é ridículo,
quer impor regra a qualquer que faça,
limitar meus passos rumo ao que não digo,

Por tudo isso, não me turbo,
que se dane a nossa língua,
eu falo é brasieleiro, com erros semicientes,
desabusado, guarinizado, que o povo assiste

Agora pois, que importa se ponho artigo, verbo antigo,
pronome ou adjetivo
Se rimo paixão com desventura,
vida com amargura,
dor com doçura,
ou ritmo com aventura

Quem se dá o direito de criticar a minha loucura,
Por achar que de pouco português que entendo,
Não entendo eu de literatura,

Com licença menino escrevo agora no branco outro verso,
Não entenda tu pois o reverso,
Pois a ele dou muito apreço,

Poetas não tem coerência,
porque incorente é o amor,
Não obedece regra alguma que a vírgula vier impor,

Poeta rima com rima o que lhe der na telha,
Com redundância de Drummond,
Com a alegria de Miró,
No caminhotinha uma pedra,
Onde Estará Norma para achar,
Essa regra que nome não dou,
Quando acendo a centelha da palavra
Da palavra amor,

Pois é luz, é sonho, é esperança,
Ser poeta é ser adulto é ser criança,
É entender com loucura o eu e o você,`
É pedir licença a ortográfia,
Pra mudar a língua pela geográfia,
Bagunçar o português e toda regra que nele havia.


Ana Elizabete Barbosa 2013
Para alguém que lhe cobrou regras nos textos que escrevia.

2 comentários :

  1. Poeta irreverente tu és
    Assim... menina traquina
    Vives com as nuvens nos pés...
    E a loucura em cada esquina *

    Te amo

    Lita

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  2. Poeta tem a rima,tem o verso o inverso,tem a palavra que quiser,na hora que melhor convir,poeta num tem virgula certa,tem coração,que não sabe conjugar verbos,burra é quem fala uma asneira tamanha,pessoa tacanha,amarga.Poeta faz o que vem a cabeça,de um pedaço de pau cria um poema,num tem gramática certa...desde quando?A rima sempre será feita de forma incerta.Amu tu,mostra a esse ser ignóbil que gramática,verbos,pontuação,não tráz a ninguém grande admiração,grande gostar,amar,mostra que na tua linguagem,tu é amda querida,preferida,procurada,mais que tudoooo,GENTE.

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