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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Uma Sonho de Amor

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Um dia aqui na correria da cidade
Acessando fibras frias da conectividade
Fui parar no Ceará abestada com a postagem
Não tinha rosto, mas era tão bela imagem
Que parecia me chamar e num instante fui lá
Perdida, embriagada, quem sabe apaixonada
Não podia entender, não conseguia nem teclar
Foi assim que começou essa história que vou contar.

Era uma madrugada assim solitária bem fria
Conversava eu sobre as coisas do dia a dia
Com alguém que não me lembro e nem importa
Quando subiu um bonequinho de solicitação
Olhei pelo nome conhecido adicionei sem intensão
Pouca conversa, um boa noite e um coração
Assim começou a prosa que me fez sorrir
Por um minuto esquecer como é longe o Cariri

Naquela noite eu dormi e sonhei um sonho estranho
Vi passar uma praia tão linda com nome de Futuro
Vi passar aldeias de pescadores, barracas de coco
Balsas cruzando mar e pedreiras que pareciam muros
Vi também dois olhinhos me esperando na estrada
Como quem conhece o destino me abraçou falou nada
Fomos juntos até uma cabana na Serra da bela Chapada
Me colocou na varanda e disse essa é a nossa morada.


Aqui é minha Serra é a flor da minha Chapada
Onde mora a paz que sinto,  natureza e a calmaria
Tem bicho no quintal e lá mata no canto da estrada
Tem cantador, tem poesia, tem romance e romaria,
Tão bonito de se ver e de ouvir melhor coisa não há,
Tem doce de goiaba no tacho e de leite no fundo na panela
Tem nego bom,  tem até a minha cachaça com seriguela
Tudo que eu gosto e que tenho pra lhe dar e tem uma flor amarela

Deite aqui nesse terraço comigo estirada na esteira
Contando causo e história, também contando estrela.
Ouça  no fundo do quintal o cair d’agua de um regato
Rio que brinca todo dia  de se esconder na pedreira
Logo desemboca caudaloso se joga no meio do mato
Deslizando livre, leve e solto em uma grande cachoeira,
Ela cai em um açude lá do lado deveras bem profundo
Faz da minha terra do Sol o melhor lugar do mundo.

Fiquei aqui na rede aqui ouvindo o passarinho cantar,
Observando bem a serra vendo o clima meio que mudar,
Sentindo o calor o cheiro da terra, o meu dedinho doer,
 Tudo isso é presságio que aqui no cariri vai chover.
Bem te vi canta e Vagalume avoa longe deixa a tarde iluminada.
Saiu bem cedo o meu bem sai a trabalhar e logo pega a estrada  
Brilha os meus olhos quando  a poeira anuncia a sua chegada.

Ele que vem com a chuva na esquina dá um tempo
Conversando com os amigos fala do que sucedeu
Fala do trabalho e também do carinho que tem por eu
E assim dá uma olhada pra nossa porteira de rosedá
Enquanto a prosa se passa eu vou já fazer o seu jantar
Esquento um bocado d’água pro seu banho preparar
A chuva cai lascando de água, o frio começa a chegar
Meu bem me vê da janela e vem correndo me abraçar.


E assim mais um dia se passa na minha choupana
Quem disse que amor assim só dura uma semana
Não sabe o que sentir o cheiro do seu bem querer
Sem perfume importado e sem terno engomado
Só com o cheiro do jardim que plantei aqui do lado
Sempre viva amarela que tem um cheiro profundo
Parecem com os olhos pequenos do meu amor
Que são pra mim as coisas mais lindas que há no mundo.


Logo eu acordo tão sozinha em minha cama
Queria ouvir a sua voz dizendo que me ama
Queria que fosse verdade esse sonho azul
Dormiria mil e uma noites naquele terraço
Contando estrelas e cometas ouvindo sanhaçu
Esperando o ronco da estrada meu coração a pular
Correr até a porteira abrir espaço no nosso rosedá.
Te encher de carinhos e pra nossa casa te levar 

Ana Elizabete Barbosa 

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