Trago no as marcas do sabor
Do açúcar amargando a dor
Da minha terra a lembrança
Do cárcere nada tenho pra contar
Não vivo de desesperança
Da tua falta de memória
Vivo do que plantei e sou
Construindo a minha história
Muito prazer eu sou negra
Sou descendente de Luanda
Não vim ao Brasil a passeio
Mas hoje sou produto do meio
Sou filha nascida nesse chão
Tenho aqui meu o meu direito
Não estou pedindo sua tolerância
Me respeite eu sou seu irmão preto.
Do teu racismo tenho nojo
Da desinformação eu tenho pena
A tua formação eu respeito
A falta de educação te condena
Só te digo uma coisa amigo
Um dia nascerão os teus filhos
Verás que nesse berço miscigenado
Logo logo terás um negro nos braços.
Ana Elizabete Barbosa
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